Felipe Melo, o Pitbull, vai morder o microfone?

Eu não sou daqueles que defendem que transmissão de um jogo de futebol seja reserva de mercado para jornalistas diplomados. Nem programas de debate sobre futebol.

É como programas que debatem economia. Um economista, um banqueiro, um sindicalista, uma dona de casa têm ou deveriam ter lugar de fala, assim como jornalistas.

Voltando ao futebol, nada contra jogador que explica qual a melhor forma de bater na bola, que explique a sensação de estar em uma final. Até prefiro a algumas análises muito elaboradas, que "fatiam" o jogador ou que usam termos acadêmicos.

O problema é que os jornalistas estão cada vez mais afastados. E são eles que podem me dar uma visão além o 4312 com bissetriz inclinada ou 3412 com triângulo escaleno.

São eles que podem falar sobre o futebol como fenômeno social, sua relação com a sociedade. Explicar a chaga do racismo,,por exemplo.

E falar do jogo, claro. Meu comentarista preferido é Paulo César Vasconcelos, muito culto.

Totalmente diferente de Felipe Melo, o novo comentarista do SporTV. O que ele pode falar de uma briga com.o aquela no jogo entre Botafogo e Flamengo? Vai dizer que fulano deveria ter batido mais ou que fulano deveria ter apanhado menos?

Ele, que prometeu e cumpriu dar murro na cara de uruguaio? Ele, que agrediu jornalista/assessor do Atlético -GO? Ele, que imita um pitbull no documentário que a Record fez em sua homenagem?

As opiniões de Felipe Melo não me interessam. Estão na cota da polêmica barata. Não me trarão ensinamentos. Não me darão prazer.