SUPERAÇÃO

Feliz Ano Novo, com João Bretas, exemplo de dignidade, caráter e fé

Com paralisia cerebral desde o nascimento, tem um canal no YouTube onde demonstra conhecimento esportivo e qualidade jornalística

João Guilherme Bretas, jornalista.Créditos: Arquivo Pessoal
Escrito en BLOGS el

João Guilherme Bretas lutou e ainda luta muito para exercer a profissão que escolheu. Enquanto muitos duvidavam, ele sempre acreditou.

É um jornalista esportivo de qualidade. Leiam deu depoimento:

 

POR QUE SER UM JORNALISTA 

Sou João Guilherme Bretas, tenho 35 anos de idade. Sou portador de paralisia cerebral, formado em Jornalismo e publicidade e propaganda pelo UNIFAE, de São João da Boa Vista,(SP). Fiz parte do grupo de trainee da Folha.

Tenho paralisia desde o parto, houve falta de oxigênio. Uma médica disse que eu nunca conseguiria falar e nem fazer nada. Seria um vegetal. Minha mãe não acreditou e me colocou na APAE. Quando eu tinha um ano, fui com minha mãe e meu irmão fazer nova consulta.

Eu chamei minha mãe.

A médica ouviu e pensou que fosse meu irmão falando.

Minha mãe disse: foi o João Guilherme.

A médica ficou encabulada 

Com sete anos, a diretora da APAE disse que eu tinha facilidade para aprender e precisava ir para uma escola normal, não para deficientes.

Fui para escola particular, mas eles duvidavam que eu aprendesse e eu só brincava. Pedi para ir pra escola pública. Naquele tempo, não tinha vaga, mas a diretora da APAE conseguiu.

O tempo passou, fui superando as dificuldades.

Atualmente trabalho com o Jornalismo esportivo, que é uma paixão na minha hoje! Hoje trabalho no meu canal no YouTube, que se chama Bretas Sports voltado para o futebol. Além, do blog: www.blogdojoaobretas.com/ O blog: também, fala sobre futebol, mas de forma mais ampla.

O esporte transforma vidas e salva vidas também! No meu caso, foi o futebol que transformou minha vida!

 

Por que me formei em Jornalismo?

Terei que voltar um pouco, tempo!

Eu era uma criança que tinha um sonho em em ser, um jogador de futebol. Acho que é um sonho comum, entre todo garoto em ser jogador e comigo não era diferente!

Eu sabia que era deficiente, mas sempre levei a vida normal. Sempre brincava com os meus primos de carrinho de mão, soltava pipa e jogava bolinha de gude… vivia uma absolutamente normal. Eu acompanhava meus primos nos campos de futebol, ficava olhando, eles jogarem. Mesmo eu não sabendo que não podia andar. Os meu pais e meus avós sempre me apoiavam em tudo ! Os meus pais e meus Avós sabiam que nunca iria andar. 

A minha família não me dizia que não poderia andar. Porque, eles acharam que eu poderia evoluir ainda mais.

Eu fazia acompanhamento na UNICAMP em Campinas, SP. E um belo dia tinha eu uma consulta marcada na época, tinha uns seis, sete anos de idade. Me lembro como se fosse hoje, o médico entrou na sala me examinou e disse, para a minha mãe a senhora sabe que seu filho, nunca poderia andar, e eu estava ali naquele momento.

Daquele dia para à frente nunca mais falei em ser jogador de futebol! Teve uma época, que eu tinha parado de frequentar a escola. Porém, tinha uma pessoa, que sempre pedia para eu voltar aos estudos . Essa pessoa, era avô que sempre me lembrava que a vida tinha um começo um meio e um fim. Ele me dizia para voltar a estudar pois, ninguém iria ficar para semente tal meus pais pudessem partir primeiro que eu por isso, seria importante para mim o estudo. Com o estudo você consegue um trabalho, que possa te sustentar.

Porém, o meu avó sabia que eu gostava era mesmo de futebol, e começava me contar história do Corinthians, time que é o meu de coração , e de toda à família ou quase todos, meu irmão é palmeirense.

Ele contava história de jogadores, fazia parte da história do Corinthians, como de Zenon e a de Balthazar, além de outras equipas internacionais também!

Isso era diariamente me cobrava pelo estudo e, depois contava história de futebol. 

Quando, o meu avô falava sobre estudos não dava ouvidos. Hoje, eu me arrependo de não ter escutado em vida!

Em 24 de outubro, 2007, meu avô José Bretas, faleceu vitima de câncer de intestino. Eu não sei se é coincidência ou não, o Corinthians cairia para a série B, em dezembro daquele mesmo ano.

Na quele momento, tudo que o meu avó tinha me dito fazia sentido! No ano seguinte decidi voltar para a escola para terminar pelo menos o segundo grau, porém não consegui regressar para a escola em 2008, por falta de vaga no Eja (Educação para jovens e adultos).

Consegui me matricular no Eja em 2009, porém naquele ano o Corinthians volta a disputar a Série A, do Brasileirão novamente não sei, se coincidência, mas aconteceu mesmo!

Acabei a escola em 2013, a partir daí pensei comigo: fiz pelo meu avô porque não fazer mesmo! No final de 2012, eu estava assistindo, esporte e era O Jogo Aberto: apresentado pela Renata Fan, aquele dia me lembrou como se fosse hoje! No debate estava a Renata Fan , comandando o programa e lá estava: Mauro Beting, Dr. Osmar de Oliveira e o Craque Neto.

Aquele dia me deu um cinto minutos, eu não pude estar dentro das quatro linhas, mas posso trabalhar com o futebol de uma outra forma! Desde, então decidi ser Jornalista!

Tenho a Renata Fan, como minha mentora em Jornalismo ! Não pelo fato de ela ser uma mulher, mas pelo fato de conhecer o futebol como ninguém! Ainda mais em 2014, quando as coisas eram mais difíceis, ela sobressaía

 

 

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