Dudu encerra sua trajetória de 10 anos no Palmeiras após rescindir contrato, marcando o fim de uma das histórias mais icônicas do clube. Durante sua passagem, o atacante participou de 452 jogos e marcou 88 gols, consolidando-se como um dos maiores nomes recentes da equipe.
A rescisão foi anunciada pelo clube em um comunicado burocrático, que exalta, de maneira fria, o sucesso do jogador.
O desfecho melancólico reflete o relacionamento conturbado entre Dudu e a presidente Leila Pereira, que já mostrava sinais de desgaste. A situação piorou meses atrás, quando Dudu acertou sua transferência para o Cruzeiro. A negociação vazou, e Leila Pereira, contrariada, afirmou publicamente que esperava que o jogador cumprisse sua palavra e saísse.
Além disso, a tensão cresceu após Dudu curtir um post de Paulo Nobre, ex-presidente do Palmeiras e responsável por sua contratação em 2015. No post, Nobre foi exaltado como o maior presidente da história do clube, fato que aumentou o clima de rivalidade com Leila, considerada desafeta do ex-mandatário.
Dudu chegou ao Palmeiras em um momento de crise, quando o clube vivia baixa autoestima e enfrentava desafios esportivos e financeiros. Sua contratação, comandada por Paulo Nobre e o executivo Alexandre Mattos, foi um marco histórico: além de garantir um reforço de peso, o Palmeiras venceu uma disputa acirrada com Corinthians e São Paulo pelo jogador.
A transferência ficou conhecida como o "chapéu duplo" e trouxe alívio à torcida, especialmente após o episódio envolvendo a saída de Alan Kardec para o São Paulo. Essa movimentação elevou Alexandre Mattos ao status de ídolo entre os torcedores. Passou a ser chamado de Alexandre "Mittos".
Aos 32 anos, Dudu recomeça sua carreira no Cruzeiro, agora ao lado de Alexandre Mattos, que também é responsável pelas recentes contratações de Cássio e negociações envolvendo Gabigol. No entanto, devido à idade e desempenho recente (18 jogos no último Brasileirão sem gols), é improvável que Dudu atinja no Cruzeiro o mesmo nível de idolatria que conquistou no Palmeiras, algo comparado apenas a "São Marcos".