Eram três; Kissinger, Frango e Beronha. Hoje, somos dois a lembrar do amigo que se foi. O Kissinger que nem ligava para futebol e que se transformou no Simão, palmeirense fanático e anticorintiano visceral.
Hoje, dia de Derby, ele teria ligado para o corintiano Moacyr, ex-Frango, para explicar, sem nenhum aprofundamento, que o Palmeiras iria golear. E iria explicar para mim, o são-paulino do trio, qual o motivo de tanta confiança: "Se o Palmeiras perder, vão me tirar o sarro, então me antecipo e tiro onda mesmo. Se perder, fica tudo empatado". Teria chamado também o Maurinho, outro de coração verde, para lhe dar apoio.
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Sua bronca era mesmo o Corinthians. Tinha um pé atrás em brincar com são-paulinos, porque Dona Margarida, sua mãe, era uma das nossas.
E como o velho amigo, de quatro décadas e tanto, não estaria confiante, se era confiante em tudo o que fazia - menos em ir ao médico - se uma vitória deixa o seu Palmeiras no caminho do título - sim, há uma pedra alvinegra no meio do caminho - e se o adversário está lá embaixo, ainda correndo riscos na luta contra o rebaixamento?
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Interessante é que vejo corintianos cheios de pessimismo acreditando - como meu eterno amigo - que a posição na tabela indica um massacre. Que será confirmado assim que a bola rolar.
O problema, para os muitos confiantes e os muito pessimistas é que a diferença na tabela é enganosa. O Palmeiras é melhor, mas não é tããão melhor assim. A diferença de 26 pontos - 61 x 35 - não reflete o momento atual dos dois times. O Corinthians contratou e melhorou. Não é mais a baba do início do ano e pode, sim, vencer.
Aí, meu amigo de Indaiatuba ficaria feliz.
E, se o Palmeiras ganhar, meu amigo lá do Céu vai dar uma daquelas gargalhadas que chegarão até aqui. De uma forma ou de outra, será lembrado para sempre, incrustado na ternura e na sinceridade do nosso cantinho de saudade.