O Santos goleou o Vasco por 4 x 1 - segunda vitória seguida - e deixou a zona de rebaixamento do Brasileiro. Yeferson Soteldo foi um dos destaques da vitória - atrás apenas de Marcos Leonardo - fazendo um gol e várias jogadas desequibrantes. Pela direita, esquerda ou pelo meio, foi indecifrável para a defesa vascaína.
O próximo jogo do Santos será contra o Palmeiras e Soteldo não estará em campo. Ele levou o terceiro amarelo por "discutir com seu adversário com a bola fora de jogo", conforme explicou Anderson Daronco, o árbitro do jogo, na súmula. Na verdade, o amarelo veio porque Soteldo subiu na bola - literalmente - no início do segundo tempo. O ato, quando o Santos vencia por 3 x 1, provocou gande revolta nos adversários e uma confusão que durou 12 minutos.
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A punição a Soteldo é fruto de uma militarização do futebol. Os árbitros têm em relação aos jogadores a mesma paciência, arrogância e prepotência que as PMs têm com manifestações populares de esquerda. Paciência zero. É preciso punir. Com cassetete ou cartões. Não pode subir na bola, não pode tirar a camisa, não pode chutar a bandeira, não pode, não pode, não pode.
O outro lado da questão é que todos mundo sabe que é assim. Jogadores, treinadores, dirigentes. E continuam fazendo. Não se discute aqui se é certo - e eu acho muito certo - ou errado. O ponto é que - vamos nos ater ao caso do Santos - a luta é insana e se assemelha muito mais a uma maratona que a uma corrida de cem metros. A permanência na Série A pode ser definida por uma vitória, um ponto, um gol a mais feito ou um gol a menos sofrido. E todos sabemos como é o Inferno chamado Série B.
Para se salvar, o Santos precisa muito de Soteldo. Sempre. E ele, sempre presente em campo, tem falhado fora dele. Primeiro, foram atos de indisciplina sob o comando de Paulo Turra. Há versões conflitantes sobre as atitudes de Soteldo, que teria, inclusive, danificado um GPS do clube. Depois, foi expulso contra o América Mineiro aos 48 do segundo tempo, com o jogo já definido, derrota por 2 x 0 do Santos.
O Santos precisa reunir seus jogadores, reafirmar a gravidade da situação e deixar claro que não pode se dar ao luxo de perder jogadores por comemorar gols sem camisa, por subir na bola, por chutar bandeirinha, atos perfeitamente justificáveis, por não serem violentos, mas inaceitáveis para a mentalidade tacanha dos árbitros.
Não custa nada se submeter. Afinal, vale a pena para ficar na Série A. Ou será que Soteldo aceitaria de bola jogar a Série B?