O general G. Dias me parece mais vítima do que algoz nesta saga infame de tentar mudar o que ocorreu no dia 8/1 em Brasília.
Viveu-se ali uma tentativa de golpe. De um lado, os tais “patriotas” que se organizaram no Brasil inteiro a partir de financiamento empresarial e político e tomaram a capital da República. Do outro a democracia.
Esses terroristas tentaram impedir que o governo Lula, vitorioso nas urnas, permanecesse no poder. Invadiram e destruíram a Praça dos Três Poderes e se Lula estivesse no Palácio do Planalto provavelmente hoje seria um mártir. Estaria morto.
Se Alexandre de Moraes estivesse no Supremo, idem.
Esses mesmos canalhas agora bradam que o golpe foi invertido. E acharam uns vídeos em que o general G. Dias aparece andando pelos escombros daquilo que destruíram.
Como já está comprovado, manipularam a ordem das imagens e venderam a ideia de que G. Dias foi conivente com a turba. Que ajudou que os terroristas tomassem o Palácio.
É um absurdo que a CNN, uma mídia internacional, tenha sido usada para essa farsa.
Uma farsa conduzida por um jornalista que foi assessor do PP, partido bolsonarista.
Ah, mas o que G. Dia estava fazendo ali?
Provavelmente o que um general sem tropa (ele tinha assumido há 5 dias) faria: olhando o desastre e se vendo incompetente para agir.
Os erros de G. Dias aconteceram depois. Ao invés de ir pra cima dos canalhas que comanda, fez a egípcia. Tentou conciliar com eles, passar uma borracha em tudo e seguir a vida.
Por isso ele merece sair do governo.
Já merecia antes.
Mas este fato não o torna nem desleal nem golpista. Pelo menos até o presente momento.
È preciso ter muito cuidado com avaliações açodadas, elas podem manchar para sempre reputações.
G. Dias tem o direito de defender sua honra.