O Ministério da Defesa não respondeu à reportagem da Fórum por cinco dias sobre as denúncias de promoção de generais ao posto de marechal. A matéria foi então publicada na noite de quarta-feira (4).
Nesta noite de sexta-feira (6) o Comando do Exército enviou nota ao UOL, ao colunista Rubens Valente, que foi publicada sem qualquer tipo de questionamento ou reflexão acerca do seu conteúdo.
Ponto para o Exército que deve ter trabalhado com uma boa empresa de gerenciamento de crise utilizado por instituições quando querem fugir de um assunto ou derrubar uma apuração que pode gerar danos à sua imagem.
A maior incoerência da nota é que ela fala que apenas generais teriam tido a "promoção" a marechal. Não é verdade.
Em reportagem desta quinta-feira (5), a Fórum mostrou que Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel e reconhecido torturador da Ditadura, subiu quatro postos e foi alçado à patente de marechal. Ele está morto desde 2015. Suas filhas ganham como se ele tivesse sido marechal.
O fato objetivo é que todas as informações que constam na nota do Exército confirmam as duas reportagens da Fórum.
1- Generais viraram marechais e isto consta no Portal da Transparência. O posto não existe na atual conjuntura e isso não poderia ter acontecido.
2 - Nem todos os generais foram promovidos a marechais. Só alguns deles.
3 - Ustra era coronel e não existe explicação para ter subido quatro postos e chegar ao "salário" de marechal.
A matéria do UOL cita a Fórum sem link. Mas dá link para uma agência que não tem nada a ver com a matéria. Sendo que hoje pela manhã o veículo publicou uma nota falando da promoção de Ustra a marechal sem citar o furo de reportagem da Fórum. Como se fosse apuração do portal.
Tudo isso pode ajudar a explicar porque o Exército preferiu responder ao UOL e não à Fórum.