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A perseguição a Rogério Faveto que ousou fazer justiça no caso Lula chegou ao seu ponto alto. A Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, em representação ao Conselho Nacional de Justiça diz que o desembargador cometeu ‘uma sucessão de atos dolosos’ no domingo, 8, ao conceder habeas corpus e mandar soltar o ex-presidente Lula, e pede que se aplique a ele a pena de aposentadoria compulsória.
Além disso, Dodge, que foi a segunda mais votada entre os procuradores e só assumiu o cargo por conta de sua melhor relação com Michel Temer, a quem tem protegido retardando investigações que poderiam lhe criar novos processos de impeachment, pediu ao Superior Tribunal de Justiça que autorize investigação criminal contra Favreto por prevaricação.
A procuradora diz ao CNJ que o desembargador incorreu em ‘afronta aos deveres da magistratura, mediante uma sucessão de atos dolosos’.
Dodge não diz o mesmo de Sérgio Moro, que desfila pelo mundo fazendo fotos com João Doria. Que recebe prêmios faz pose com Aécio. Que mandou grampear Dilma e Lula sem autorização e vazou o conteúdo para a Globo. E que desrespeitou a hierarquia do judiciário ao se negar a cumprir uma decisão de um desembargador de segunda instância.
Ao fazer isso, Dodge cumpre o papel de aumentar o cerco midiático-judicial contra Favreto, buscando tornar uma decisão com critério técnico em armação. Mas a repercussão internacional do caso vai em outra linha. O HC de Favreto fez com que muitos dos maiores jornais do mundo aprofundassem suas críticas à justiça brasileira.
As próximas pesquisas de intenção de voto devem apontar uma melhor avaliação de Lula e hoje já passa a ser considerado improvável no meio político que um candidato com o seu apoio fique fora do segundo turno.
Ou seja, a história resgatará o gesto de Favreto. É líquido e certo. E Dodge e o governo 3% que a tornou PGR mesmo sem ter sido vencedora do pleito entre os seus pares terá o destino daqueles que se comportam acima da lei.
Foto: Diego Padgurschi/Folhapress