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A prisão do governador Pezão inaugura um novo ciclo da Lava Jato, a prisão de governadores no exercício do mandato. E indica que a eleição de Bolsonaro e o anúncio de Sérgio Moro para o ministério da Justiça deram novo impulso à operação e que para os próximos tempos as prisões preventivas e sem julgamento se intensificação.
Se Cabral recebeu propinas aos montes, provavelmente Pezão também. Isso, porém, não é prova suficiente para incriminá-lo. Se um delator diz que ele recebeu mesadas de 150 mil reais, que é o que se alega, isso não deveria ser o suficiente pra que a PF invadisse o Palácio das Laranjeiras e o arrancasse de lá para a cadeia.
Essa ação, que está sendo tratada pela mídia como mais um gol da Lava Jato, é a autorização para que amanhã outros governadores e prefeitos sejam arrastados para celas sem que tenham sido julgados pelos seus atos. Por que a PF ainda sem estar sob o controle de Moro faz isso com Pezão e não o fará com governadores de oposição?
Num ambiente democrático jornalistas sérios estariam hoje cobrando das autoridades explicações sobre essa ação. Mas ao contrário disso estão preocupados em explorar os detalhes de como Pezão estava na hora em que a sede do governo foi invadida.
O x da questão é que essas arbitrariedades não serão cometidas apenas contra políticos, como se sabe. A próxima etapa incluirá, advogados, donos de veículos de mídia, líderes de movimentos sociais etc.
Ao contrário do que se imaginava, a eleição de 2018 serviu pra acelerar o caráter persecutório e seletivo da Lava Jato. Aécio, por exemplo. continua livre, leve e solto. Palocci já está a caminho de casa. Delcídio deu festa de 600 mil reais pra filha. E a vida segue para eles num padrão muito melhor, por exemplo, do que para Lula. Que pelo andar da carruagem vai continuar preso por muito tempo.