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Quem imaginava um Jair Bolsonaro mais tranquilo e leve depois da vitória, se deu mal. Ele acaba de ser entrevistado no Jornal Nacional por Willian Bonner e Renata Vasconcellos. Bonner fez um introito (como diria Machado) todo cheio de salamaleques dizendo que a eleição tinha acabado e indagando se não era o caso de unificar o país etc. e tal. Bolsonaro voltou a falar de kit gay e coisas do gênero.
Mas o mais surpreendente viria na pergunta que Bonner demorou quase uns 3 minutos para fazer, explicando a importância da liberdade de imprensa até chegar nas ameaças que o então candidato fez à Folha de S. Paulo num domingo antes da eleição na Avenida Paulista.
Bolsonaro não se fez de rogado, disse que a Folha agiu mal com ele no caso da investigação da funcionária do seu gabinete que trabalhava numa banca de Açai e na investigação de perfis fakes no WhatsApp. E que veículos de comunicação que se comportassem assim não receberiam verbas públicas do seu governo.
Algo absolutamente ilegal, porque o governo federal tem que respeitar as proporções de audiência dos veículos na hora de distribuir as verbas.
Mesmo assim, a fala não indignou Bonner que defendeu o tal "jornalismo profissional", mas passou a palavra para uma pergunta de Renata Vasconcellos ao invés de deixar isso claro ao "novo" presidente.
A mídia brasileira vai entender a partir de agora o que é "controle da mídia". E os jornalistas que atuaram como algozes de Dilma e Lula vão sentir muitas saudades do PT.
PS: A mídia tradicional vai receber de Bolsonaro o tratamento que o governo Temer deu a sites como a Fórum. Que mesmo com imensa audiência não recebem publicidade públicas por serem considerados veículos adversários. O que Bolsonaro fará é ilegal, mas quando foi ilegal para a gente, esses mesmos veículos, que vão reclamar agora, aplaudiram. Pau que bate em chico, bate em francisco, como diz o ditado.