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A situação política no Brasil não podia ser mais clara, levando-se em consideração este último Datafolha. Lula só não será presidente se morto ou preso. E mesmo da cadeia pode vir a eleger o próximo presidente da República.
Jair Bolsonaro, que vinha crescendo em todas as pesquisas anteriores, ao que parece já perdeu empuxo com as denúncias de que sua família adquiriu 15 apartamentos após sua entrada na política. E alguns por preços abaixo do mercado em operações, pra dizer o mínimo, heterodoxas.
Geraldo Alckmin, no melhor cenário, chega a 11%, sendo que está no seu quarto mandato de governador no estado de São Paulo. E para alcançar essa votação, Lula e Marina Silva teriam de estar fora da disputa.
Doria virou um nanicão, não passa de 5%, votação semelhante a de Álvaro Dias.
Marina Silva e Ciro até alcançam dois dígitos, mas para isso Lula tem que estar fora do jogo.
Huck, chegou na casa dos 10 pontos, mas isso não deve ser considerado algo a impressionar. Em 1989, o Luciano Huck chamava-se Silvio Santos. E quando ele entrou na disputa de saída tinha mais de 30%. Ou seja, pra alguém tão popular, 10% para Huck não é uma notícia alvissareira.
Haddad e Jacques Wagner não empolgam ao entrar na vaga de Lula sem que sejam apresentados como seu candidato. Também ficam ali entre 3 e 4%.
Mas, 29% da população diz que votaria com certeza num candidato apoiado por Lula. E 21% poderiam votar. Ou seja, mesmo da prisão as chances do candidato de Lula ir ao segundo turno são quase certas. Sendo Haddad, Wagner, Celso Amorim ou Patrus Ananias. Se for Ciro Gomes, que já tem 10%, esse número pode vir a ser até mais alto.
A pesquisa Datafolha deixa mais alvo que a neve o cenário de outubro. Com Lula, a eleição seria um plebiscito. E ele seria o grande favorito. Sem ele, vai ser um pega para capar. Mas ao que tudo indica, pelo segundo lugar. O primeiro colocado será o candidato de Lula.
E aí é que mora o perigo. Como os golpistas vão lidar com este cenário.
Foto: Ricardo Stuckert