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Há um trecho, no pequeno trecho da gravação que vem sendo divulgada pela mídia, da conversa entre um dos donos da JBS, Joesley Batista, e o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, que mostra o nível do senador e até onde ele seria capaz de chegar.
Após o acerto do pagamento, Joesley perguntou quem seria o responsável por pegar as malas com o dinheiro:
— Se for você a pegar em mãos, vou eu mesmo entregar. Mas, se você mandar alguém de sua confiança, mando alguém da minha confiança — teria proposto Joesley.
Em resposta ao questionamento, Aécio indicou seu primo para receber o dinheiro e disse:
— Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do caralho.
O primo de Aécio recebeu o dinheiro do diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, que também firmou acordo de delação premiada.
Desde o início da operação Lava Jato algumas pessoas morreram de forma suspeita. Uma delas foi o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, que era o relator da operação.
Policial Civil teve morte suspeita
No dia 26 de março do ano passado o policial Lucas Gomes Arcanjo, que estava afastado por licença médica, foi encontrado morto na janela de seu quarto com uma gravata enrolada no pescoço. Ele tinha dificuldades para andar e usava muletas devido a sequelas deixada por um dos quatro atentados que sofreu, desde 2002, como suposta retaliações às denúncias que o tornaram famoso.
Pelas redes sociais, o policial postava vídeos em que denunciava caciques tucanos de Minas Gerais com uma atenção especial ao senador Aécio Neves. De acordo com o policial, que inclusive havia entregado provas na Corregedoria da Polícia Civil, o tucano estava envolvido em uma série de irregularidades que iam desde lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos e até associação com o narcotráfico.
Morto num hotel em Olinda
Outra morte absurdamente suspeita é a do o empresário Paulo Cesar de Barros, que poderia delatar pessoas envolvidas na Operação Turbulência, que investigava uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro e que teria sido utilizada para financiar a campanha do ex-governador do estado Eduardo Campos e do senador Fernando Bezerra Coelho.
Barros foi encontrado morto num quarto de hotel em Olinda. Um exame teria revelado que ele foi envenenado por chumbinho. Depois disso a Operação Turbulência caiu no esquecimento.
A própria morte de Eduardo Campos é suspeita e também tem tido uma investigação lenta.
Foto Lula Marques/Agência PT