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Desde a hora em que publiquei a nota sobre a possibilidade da prisão de Dilma e José Eduardo Cardoso, aventada por um criminalista com o qual conversei na sexta à noite, recebi inúmeros telefonemas de advogados que respeito e de amigos que participam do debate político. Quase todos preocupados com o conteúdo do post. E com o risco de que ao tratar do assunto eu pudesse estar colocando água no feijão das ilegalidades do juiz Sérgio Moro.
Absolutamente não. Eu sou maluco para muitas coisas, mas não para defender uma tese esdrúxula como a de um certo Merval Pereira, que é a voz dos seus chefes globais.
O meu post tem por objetivo alertar para um fato. Há sim na tal República de Curitiba quem defenda que Dilma deve ser presa preventivamente. E em grau menor, que José Eduardo Cardoso também.
Entre os muitos amigos que me ligaram está o professor Pedro Serrano, que considera que uma decisão dessas de Moro seria absolutamente ilegal e irresponsável. Até porque, segundo ele, mesmo que Dilma tivesse avisado os marqueteiros João Santana e Mônica Moura, isso não impediu que a prisão ocorresse.
Marco Aurélio Carvalho, outro advogado que respeito, segue na mesma linha. E acrescenta que poucos estão discutindo os benefícios que o casal de marqueteiros teve ao denunciar Lula e Dilma. Pelas contas de Carvalho, eles preservaram quase todo o seu patrimônio e só estão perdendo parte do que receberam de forma absolutamente ilegal.
Em relação a José Eduardo Cardoso, ambos têm avaliação semelhante. A de que se ele informou Dilma da prisão dos marqueteiros, fez o que estava previsto na sua condição funcional. Ele teria de informar a presidenta da operação.
Ou seja, as condições jurídicas para realizar as prisões de Dilma e de seu ex-ministro da Justiça não existem na opinião de quase todos com quem conversei. Mas mesmo os mais irritados com o meu texto, concordaram com o fato de que no Brasil de hoje isso não quer dizer muita coisa.
A Operação Lava Jato não parece muito preocupada com os ritos legais. E por isso não seria surpreendente que, se pressionada, tentasse uma cartada mais arriscada.
Depois do post de ontem continuei conversando com muita gente. E hoje não tenho a menor dúvida, a prisão de Dilma foi e está sendo discutida por membros da operação. E que Merval Pereira não está balançando esta bandeira apenas porque é propagandista do golpismo. Ele o faz porque fala em nome da Globo e de procuradores. Talvez também de Moro. Isso este blogueiro ainda não pode afirmar.
Enfim, fica o alerta.
Aliás, a mesma fonte que me passou isso me disse que o setor financeiro está em alerta. Mas como hoje é dia das mães, fica para amanhã. Eu interrompi meu domingo porque não quero ter o que penso distorcido por alucinados golpistas. E também para dizer que Dilma não merece sequer que isso seja discutido nesses termos. Mas também para dizer que está sendo.