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Em reportagem de 26 de janeiro deste ano o jornal Folha de S. Paulo informava que o advogado Sérgio Bermudes, que defendia o empresário Eike Batista nas causas cíveis, disse que ele estava entre Nova York e Miami e que teria viajado aos EUA para cuidar de um processo relacionado ao bloqueio de US$ 63 milhões em bens pela Justiça das Ilhas Cayman.
Naquele momento Eike Batista era procurado pela Polícia Federal por conta da deflagração da Operação Eficiência, uma fase da Operação Lava Jato, da qual ele era o principal alvo.
Sérgio Bermudes é um dos advogados mais renomados do Brasil. Nada demais que advogue para aquele que já foi o homem mais rico do país.
Mas nesta caso, a curiosidade é que Bermudes, como se pode confirmar aqui, já teve como uma das advogadas do seu escritório Guiomar Feitosa Lima Mendes, que vem a ser a esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ontem, Gilmar Mendes concedeu habeas corpus a Eike Batista que agora pode ser defender da justiça em liberdade, o que não acontece com a imensa maioria dos que tiveram prisão preventiva na Operação Lava Jato.
Um experiente advogado consultado pelo blogue disse em condição de anonimato, porque tem receio de ser prejudicado em futuros processos no Supremo, que isso é um escândalo e que numa situação dessas, Gilmar Mendes deveria se considerar impedido de julgar o caso.
A decisão de Gilmar é defendida por vários juristas como correta. A questão neste caso não é a decisão em si, mas a relação do juiz com o escritório do réu. E também a diferença dessa decisão em relação a tantas outras que vêm sendo tomadas pelo STF.