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A delação da Odebrecht invadiu o ninho tucano como uma tsunami e afogou o discurso moralista da turma. Todos estão até às tampas envolvidos em esquemas de corrupção.
As delações contra Aécio, Serra, Marconi Perillo, Aloysio Nunes e Alckmin, por exemplo, não deixam dúvidas sobre o que muitos veículos, como esta Fórum, vêm dizendo há muito tempo.
O esquema tucano de corrupção é algo que vai deixar outros partidos morrendo de inveja.
Além disso, o que fica cada vez mais claro é que suas lideranças não operavam apenas para a disputa política. Ou seja, não financiavam apenas campanhas com o arrecadado. Elas se locupletavam.
Se as contas de alguns desses líderes e de seus familiares forem minuciosamente investigadas, Sérgio Cabral vai ser fichinha.
Mas isso, em tese, é um problema da justiça. Que para o PSDB costuma ser para lá de lenta. Que o diga o ex-governador Eduardo Azeredo.
Do ponto de vista da política, o que sobra é um partido em frangalhos.
Que pode, anotem, ir à breca antes do PT. Porque é muito menos ideológico.
A esperança de que isso não aconteça passa a ser João Doria, o prefeito marqueteiro da cidade de São Paulo.
Doria conseguiu em 100 dias de gestão criar um clima de que é uma máquina de governar.
Faz vídeos até quando vai demitir secretários.
Em um momento em que tudo parece perdido, este tipo de ação acaba ocupando um espaço. E Doria está surfando numa onda de lama.
Mas vai chegar uma hora em que ela terá que começar a entregar resultados. Terá que melhorar o transporte público, a saúde, a educação, a zeladoria da cidade e outras tantas coisas.
Até agora nada disso teve ganhos reais. Muito pelo contrário, São Paulo está imunda, com buracos em todos os cantos, faróis quebrados pela cidade inteira, há uma crise na educação e o atual secretário está por um fio, Soninha caiu porque não concorda com os planos insustentáveis na assistência social, na saúde os exames foram feitos, mas não rolam atendimentos. E por aí vai.
Além disso, Doria ao mudar a velocidade nas marginais aumentou os acidentes e diminuiu a velocidade média nessas pistas. Um jênio (sic).
Cada vez fica mais claro que a cidade do marketing não corresponde à real.
Para poder sobreviver a isso, Doria vai ter de radicalizar na anti-política. E uma das suas chances de sobrevivência, será se livrar do PSDB. Vai ter que fazer um vídeo mandando o partido às favas, como fez com Soninha.
Uma das possibilidades é Doria partir para uma sigla como o Partido Novo, que não tem histórico eleitoral e por isso ainda está limpo.
E fazendo isso, ele montaria sua candidatura sem levar em consideração os atuais caciques da legenda onde se encontra. E jogaria ao mar boa parte daqueles que o apoiaram.
Já tem gente no ninho tucano percebendo a manobra.
E sentindo que ter Doria é não ter nada. O que pode também se tornar um impedimento para o projeto do Prefeito Aprendiz, que está se lixando para quem topa participar do seu jogo.