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Matéria da Carta Capital, assinada por André Barrocal, informa que uma pessoa próxima a ex-presidente Lula teria lhe dito que a operação Requião é realidade e que o ex-governador do Paraná seria o preferido do ex-presidente tanto para ser seu vice quanto para defender seu legado no caso de sua candidatura vir a ser interditada.
Roberto Requião conquistou o PT e sua militância por defender de forma vigorosa tanto o mandato da ex-presidenta Dilma quanto a legalidade no caso Lula. Além disso, é um nacionalista, comprometido com a defesa do patrimônio público, bate duro na Globo e é visceralmente contra as reformas trabalhista e previdenciária.
Ou seja, seria um candidato comprometido com a agenda de Lula. E pelo que se diz, estaria disposto a ir para o PT, porque o seu PMDB está completamente sobre o controle de uma gangue.
Ou seja, não é de fato uma alternativa ruim. Ao contrário, Requião poderia inclusive tirar um estado do bolso da direita, o Paraná, onde nas disputas presidenciais o PT costuma sofrer derrotas largas. Ainda poderia ter o apoio entusiasmado do PCdoB e quiça, do PDT de Ciro.
Não duvido que numa operação dessas, Ciro não aceitasse ser seu vice. E se ele não topasse, ainda haveria Manoela, Fernando Haddad e Jacques Wagner, entre outros, para completar sua chapa. Ou seja, com qualquer um deles seria um chapão.
Mas, se Requião pode ser uma das opções de Lula para o caso de ele não poder ser candidato, pelo que Lula disse na entrevista de quarta-feira e pelo que este blogueiro tem apurado, não é a opção para ser seu vice.
Na entrevista, Lula disse categoricamente que seu companheiro de chapa não pode ser alguém maior do que ele, do ponto de vista político, tem que ser alguém de sua plena confiança e não pode ser mais velho, porque ele tem consciência de sua idade e precisa projetar uma liderança para o futuro. Requião não se encaixa neste perfil. Lula tem 72 anos, Requião tem 76.
Quem fez a pergunta sobre o vice fui eu. Num primeiro momento Lula cercou o alambrado e não respondeu. Só depois quando a repórter do Valor, Cristina Agostine, repôs a questão é que disse o que escrevi acima. Quando perguntei, citei Requião. Lula sabe que Requião não é jovem. Se disse essas três características é porque estava descartando o paranaense.
Barroncal diz no seu texto que Zé Dirceu tem deixado circular que não apoiaria o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. É verdade. Ele tem dito isso a quase todos os seus interlocutores. Diz q ue se Haddad for o candidato do PT apoiará outro nome e que não cometerá o mesmo erro da eleição de Dilma. Que não tinha, segundo ele, condições de ser candidata a presidência.
Zé Dirceu considera Fernando Haddad alguém com o mesmo temperamento e perfil de Dilma. Nas suas palavras, burocratas e centralizadores.
A despeito de todas as especulações, entre os que de uma forma ou outra discutem os cenários de 2018 com o ex-presidente Lula, há um pacto que tem funcionado como se fosse um mantra, não discutir plano B.
O entendimento comum é de que se por algum momento Lula não estiver no centro da política, o PT e a esquerda perderão qualquer possibilidade de ir para 2018 com chances de vitória.
Lula ainda é o plano de A a Z do PT. Se alguém quiser se aproveitar da fragilidade jurídica de Lula para se consolidar como nome alternativo neste momento, vai se queimar.