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Ontem Dória gravou um dos seus primeiros vídeos sem maquiagem e sem estar vestido de executivo moderninho. De camiseta branca estilo pijama e com todas as rugas que a última aplicação de botox não escondeu, ele vociferou contra o vice-presidente nacional do seu partido, o ex-vice governador Alberto Goldman.
Pode ter sido um sinal de que a máscara tão bem moldada pelo prefeito para se mostrar um workaholic estava começando a cair. E o Datafolha de hoje é a prova dos nove disso.
Sua aprovação caiu 9 pontos e agora é de 32% (ainda muito alta para o pouco que realizou) contra 26% de rejeição e 40% de avaliação regular entre os paulistanos. Na pesquisa anterior, realizada em abril, ele tinha 41% de ótimo/bom, 22% de ruim/péssimo e 34% de regular.
O grande fato político deste período para o prefeito foi a intensificação da sua agenda. Ele passou a percorrer o país e o exterior em viagens com claro objetivo eleitoral e se não rompeu totalmente com seu padrinho político, o governador Geraldo Alckmin, deixou claro que está disposto inclusive a deixar o partido para ser candidato a presidente.
Dos eleitores paulistanos ouvidos pelo Datafolha, 58% não o querem como candidato a presidente, contra apenas 10% que o desejam ver disputando a presidência.
Apenas 18% ainda votariam com certeza nele numa disputa presidencial e 26% para o governo estadual.
Só que por outro lado 55% não votaria nele de jeito nenhum para presidente.
Outro dado que mostra como o prefeito errou na sua estratégia e queimou a largada se lançando de maneira atabalhoada à corrida presidencial é que 49% dos paulistanos desaprovam suas viagens e consideram que elas trazem mais prejuízos do que benefícios à cidade.
Há um dado ainda mais gritante, 77% consideram que suas viagens só trazem benefício pessoal ao tucano.
Doria tá mais para Jestor do que Gestor
A aumento da sua desaprovação não tem relação apenas com suas decisões politicas, mas com a qualidade da administração.
Para 50% do entrevistados, por exemplo, a rede de semáforos da cidade está funcionando de maneira ruim ou péssima, enquanto 32% a veem como regular e só 18%, como boa ou ótima.
A marca Cidade Linda também não convence, mesmo depois da intensa campanha com compra de publicidade em jogos internacionais da seleção brasileira. A gestão não melhorou e continua igual para 75% que acham que ele fez menos que o esperado por sua região.
A saúde também continua líder de reclamações, mesmo depois do tal Corujão da Saúde. 25% dos paulistanos a consideram-a o pior problema da cidade.
Como Doria não tem mais como ficar no cargo de prefeito, após ter batido tando bumbo como candidato presidencial, esse Datafolha pode ser o início do funeral da sua carreira política. Se sair do governo municipal com índices baixos de aprovação, será apenas um candidato a mais na disputa presidencial. Um prefeito que não cumpriu o mandato e cuja maquiagem dos primeiros dias escorreu pelo rosto antes do começo da festa.