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A deputada federal Jandira Feghali, PCdoB-RJ, teria sido incluída, segundo Lauro Jardim, colunista do jornal O Globo, na delação do peemedebista Sérgio Machado. O delator teria afirmado que captou recursos para ela com a empreiteira Queiroz Galvão. A Fórum já publicou a defesa de Jandira, mas o blogueiro conversou ela por meia dúzia de minutos para tentar aprofundar um pouco mais essa história.
Jandira, por que você acha que foi parar no samba da Lava Jato?
E sou candidata a prefeita, né? E eles estão tentando, de alguma forma, envolver o meu nome naquilo que eles não vão conseguir, porque não tem nenhuma veracidade, nenhuma relação e nenhuma possibilidade do meu nome estar incluído em qualquer investigação da Lava Jato. Nesse samba não há chance de eu estar presente.
Esse ataque veio do jornal O Globo, de um jornalista que tem uma coluna lá. O Globo tem candidato a prefeito no Rio, Jandira?
Certamente sim, né? Eu não posso fazer as afirmações, porque isso depende de quem cresce ou de quem se viabiliza, mas certamente, no canto de lá, dos golpistas, eles têm candidato. E no canto de cá, da esquerda, como “há três candidaturas”, eles vão escolher uma também para tentar fragilizar ou ampliar essa fragmentação. Eu não tenho dúvida disso. Agora, o mais importante é que essa tentativa de misturar Caixa 1, que é legal, com o Caixa 2, que é ilícito, nós não podemos mais permitir. Porque isso é a tentativa de criminalizar a política como um todo. Até a última eleição havia uma regra eleitoral que possibilitava o financiamento legal por doações empresariais. Era uma regra contra a qual nós lutamos durante muitos anos, mas era a regra existente. E não havia nada de ilegal em receber doações de empresas. Dito isso, quero dizer que o meu vinculo chama-se luta. Luta política. Eu não sou apoiada por um setor pelo qual eu não lute. Eu lutei pelo setor naval no Rio de Janeiro, mas não há nenhuma doação do setor naval, que não tenha sido registrada oficialmente e que não tenha sido coletada, inclusive, em reuniões públicas, abertas e em jantares de arrecadação. Essa tentativa de vinculo por algo que não seja a luta não me atinge e nem tem relação com a minha história.
Saindo do seu caso pessoal, você está preocupada com os rumos da Lava Jato? Porque as pessoas públicas parecem ter muito receio de tratar da Lava Jato de forma crítica.
A gente sempre apoiou a apuração e a investigação, mas ao mesmo tempo sempre criticou a seletividade e as ilegalidades que se cometem nesse processo. Apurar desvio de conduta, desvio de recurso público, apropriação indevida do dinheiro público do povo brasileiro e de empresas públicas, a gente sempre apoiou. O que a gente não concorda é com a seletividade, as ilegalidades e as condutas de ativismo político que possam existir no Ministério Público e na Policia Federal.
E misturar Caixa 1 com Caixa 2 não é exatamente uma dessas ilegalidades?
Não tenho dúvida, porque você permite criminalizar campanhas feitas com base na legalidade. Quando se coloca financiamento empresarial de campanhas como uma provável ilegalidade não sobra nenhum partido. Temos que mudar o sistema político, temos que mudar as regras. Precisamos de uma reforma política profunda, porque só fizemos uma minirreforma eleitoral. Ela precisa ser feita para fortalecer os partidos com financiamento público real de campanha para que a gente possa evitar que isso seja foco ou raiz da corrupção.