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Notas de 10 reais já estão circulando por aí carimbadas com um Fora Temer. Quem botou o assunto pra circular nas redes foi a amiga Ivana Bentes, no seu perfil do Faceboook.
Ela lembra que na época da ditadura o artista plástico Cildo Meireles "colocava a arte conceitual na resistência e nos circuitos cotidianos".
E que uma das mais famosas ações daquele período foi o de carimbar notas de 1 cruzeiro com a frase "Quem matou Herzog?".
Lembro-me com nitidez do dia em que ao ler essa frase numa nota, ter perguntado ao velho Renato quem era o Herzog. E ter recebido uma das suas boas aulas de história. De um professor intelectual que tinha cursado apenas até o segundo ano primário.
O mundo de hoje é muito diferente do da década de 70, onde as notas eram quase o único lugar onde se podia fazer uma informação circular sem correr o risco de censura. Afinal, como descobrir a origem do carimbador?
Hoje, a despeito de a mídia tradicional buscar construir o país a partir de sua narrativa, há a Internet. Onde blogues e perfis espalhados em várias plataformas de redes sociais fazem o contraponto.
Há muito mais oxigênio no ecossistema informativo de hoje do que naquela época, mas mesmo assim não deixa de ser revigorante ver que a indignação ainda busca ocupar todos os espaços vazios para mandar seu recado.
E também de ver que com um Fora Temer carimbado, o dinheiro deixa de ser apenas um pedaço de papel, como poetizou Arnaldo Antunes.