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São poucos, pouquíssimos, os prefeitos brasileiros que estão conseguindo um resultado regular nas pesquisas de avaliação dos seus governos que estão sendo feitas neste começo de 2016.
Por um lado, por conta das denúncias de corrupção, há um mau humor generalizado da população que atinge a todos os políticos, independente de partidos. No senso comum o PT é o principal responsável pelos escândalos atuais, mas ao fim e ao cabo todos são iguais.
Por outro lado, a crise econômica estrangulou as gestões municipais. Boa parte das obras que dependiam de recursos federal e estaduais estão paradas. Além disso, a arrecadação cai mês a mês e cada dia está ficando mais difícil para os prefeitos pagarem servidores e custeio básico. Alguns estão com receio de terminar o ano cometendo crime fiscal, atrasando salários de servidores e deixando de pagar prestadores de serviço.
Quase todos os prefeitos estão cortando gastos, diminuindo investimentos em propaganda e demitindo cargos de confiança no exato momento em que deveriam estar fazendo um movimento ao contrário.
Por este motivo, ampla maioria está aceitando qualquer coisa por um respiro orçamentário. E muitos estão dispostos a fazer o que for necessário para ajudar o governo a aprovar a medida nem que seja em caráter de urgência e com prazo determinado para sua extinção.
Além disso, principalmente os prefeitos de capital, querem destravar as obras paradas. Eles sabem que o acordo de leniência publicado no final do ano passado ajuda a resolver uma parte do problema, mas que sem recursos as obras continuarão paradas. E muitas foram compromissos de campanha.
O que alguns começam a discutir é se o governo federal não deveria abrir mão de uma parte das suas reservas em dólar para terminar ao menos parte desses grandes empreendimentos. O que ajudaria a dar um fôlego principalmente para a construção civil e seguraria um pouco o desemprego.
A partir de agora as eleições municipais são o tema principal das conversas em todas as cidades brasileiras. Tá todo mundo se mexendo para entender o que será preciso fazer para sair vencedor em outubro próximo.
Os que estão em mandato já perceberam que a crise econômica é o principal cabo eleitoral da oposição, seja ela de que partido for.
Por isso, se a situação geral não melhorar, a expectativa é de que uma parcela pequena dos governantes atuais consiga renovar mandatos.E o Brasil pode ter a maior taxa de derrotas de governantes em reeleição da sua história.
Ou seja, quando todos estão no mesmo barco e ele está prestes a afundar, muitos vão buscar soluções pra que isso não aconteça. Não é à toa que PSDB iniciou uma mudança de rota nas suas posições no Congresso. Ser contra tudo que o governo propõe também é ser contra possibilidades de melhorar a vida dos seus prefeitos lá na base.