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O juiz Sérgio Moro, aquele da foto, segundo ele, infeliz com Aécio Neves, deu uma livrada fenomenal em Michel Temer há alguns dias, como se poderá ver a seguir.
Essas três perguntas foram feitas por Cunha para que Temer respondesse como sua testemunha. Mas Moro, as censurou.
– Qual a relac?a?o de Vossa Excele?ncia com o Sr. Jose? Yunes?
– O Sr. Jose? Yunes recebeu alguma contribuic?a?o de campanha para alguma eleic?a?o de Vossa Excele?ncia ou do PMDB?
– Caso Vossa Excele?ncia tenha recebido, as contribuic?o?es foram realizadas de forma oficial ou na?o declarada?
O leitor mais atento pode dizer, mas era obrigação dele, como juiz de primeira instância, não permitir perguntas que pudessem expor o presidente da República, que tem foro privilegiado.
Na lógica de Moro isso é balela.
Na mesma palestra realizada ontem na Alemanha onde foi vaiado e questionado sobre seus métodos anti-democráticos, Moro além de afirmar que a foto dos cochichos com Aécio tinha sido infeliz, também disse que não investiga o senador.
Todos sabemos que Moro não investiga e não tem o menor interesse em investigar ou fazer com que alguém investigue Aécio, a despeito de ele ter sido um dos políticos mais citados em todas as delações.
Mas Moro disse mais.
Afirmou que não se arrepende de ter vazado uma gravação de conversa particular da então presidente da República com um ex-presidente da República. No caso, Dilma e Lula, porque, segundo ele, o que é de interesse público deve vir à tona.
Ou seja, neste caso, mesmo que ilegal.
Mas com Temer não foi assim.
As perguntas de Cunha para Temer sobre José Yunes passam a fazer todo o sentido. Yunes é quem teria recebido propina em dinheiro vivo da Odebrechet para Temer. E, Cunha, como conhecia o episódio, deu a letra.
Mas Moro usou sua tesoura para cortar essas indagações da lista, buscando preservar o presidente.
Vale a pena agora olhar com lupa as outras 38 perguntas feitas de Cunha pra Temer, aos poucos elas vão, aos poucos, ganhar a cena política.
E como o blogueiro cravou lá atrás, foram o começo do fim do governo Temer.