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É impressionante como a Polícia Federal age atualmente sobre completo controle da pauta dos piores veículos de comunicação. A operação de hoje, denominada de Pixuleco, é a demonstração mais clara deste compromisso.
A palavra teria sido utilizada por Ricardo Pessoa, da UTC, um dos delatores, e atribuída ao ex-tesoureiro do PT, João Vaccari. Não há nada relacionado desse termo com José Dirceu ou com aos que devem ser presos hoje. Mas não importa. Vale a narrativa e não os fatos.
Ao fazer isso a PF se soma a bateria da escola de samba do golpe. Não se importando em jogar sua credibilidade na lata do lixo pra ajudar na construção de um enredo em que é preciso transformar a esquerda e o PT nos símbolos maiores da história da corrupção no país.
Como se o governo que permite que as investigações aconteçam não esteja sob o comando do partido. E sim do PSDB e do DEM.
Aliás, permitir e dar condições para que as investigações sejam limpas e justas é uma coisa.
Deixar o barco andar a esmo para o lado que interessa apenas ao tsunami é outra coisa.
E é o que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, tem feito.
O nome dessa operação é uma descarada tiração de sarro, uma palhaçada sem sentido, algo que deveria exigir do ministro uma ação clara contra o uso político da instituição.
Mas que nada. O ministro não parece estar preocupado com isso e nem com os policias que brincam de tiro ao alvo na imagem da presidenta Dilma.
O papel de José Eduardo Cardoso na perda da institucionalidade do país é algo que ainda será fruto de muita reflexão futura.
Ser republicano e não interferir nas investigações é uma coisa. Permitir que pessoas armadas e com poder para soltar e prender ajam de forma politizada e irresponsável é outra.
O pixuleco de hoje é apenas o fim do começo.
Se pode pixuleco, pode tudo.
Porque não uma operação chamada Sapo Barbudo ou Brahma? Mesmo porque, primeiro prende-se preventivamente e depois buscam-se as provas.
Está mais do que na hora de Dilma colocar um advogado respeitado pelos seus pares e que recupere o direito de defesa no Ministério da Justiça. Alguém que resgate a hierarquia institucional, não permitindo que o Estado seja instrumentalizado para alimentar o golpismo.
Antes que seja tarde.