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O senador Delcídio Amaral está longe de ser um dirigente ou um quadro partidário.
Sempre foi um outsider da política que se movia por interesses próprios. E agora, descobriu-se, também privados.
Uma pessoa com essa característica não tem compromisso com projetos e nem com coletivos, mas com sua pele.
Dez entre dez deputados, senadores e políticos em geral já entenderam isso.
E a certeza de que Delcídio deve optar pela delação premiada vem se consolidando entre eles.
Delcídio conhece os esquemas da Petrobras desde o governo FHC.
Entre 2000 e 2001 foi diretor de Gás e Energia da empresa, quando trabalhou com Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa.
Foi dali que alçou voo para o PT, ao sentir que a candidatura Lula vinha com força e que no seu estado o governador petista tendia a se reeleger. E fez-se senador pelo Mato Grosso do Sul.
Mas da mesma forma que se elegeu pelo PT, poderia tê-lo feito pelo PMDB, PP ou PSDB.
É por isso que sua delação pode ser a mais arrasadora de todas. E os investigadores da Lava Jato já entenderam isso e estão tratando-o como uma bomba a ser explodida com carinho.
Nas gravações reveladas de Delcídio, descobriu-se, por exemplo, que Gregório Preciado, casado com um prima do senador José Serra e seu ex-sócio, seria uma das peças escondidas na delação de Fernando Baiano.
E que Delcídio poderia esclarecer melhor sua participação nos esquemas de corrupção, o que tenderia a abater Serra.
Mas isso tende a ser café pequeno. E não é o que buscam os investigadores.
Eles querem chegar a Lula, Dilma e outros nomes graúdos do PT.
A despeito de saberem que Delcídio deve ter tido uma atuação muito mais suprapartidária.
Delcídio não aguenta um mês de cana. Esse é o comentário do dia.
Ou seja, até o Natal o ex-senador pode decidir abrir o bico e contar coisas que podem vir a implicar muita gente.
A prisão de Delcídio tende a ser a mais importante realizada até o momento pela Lava Jato.
Mas depois da sua delação outras mais importantes virão. E sua delação é só questão de tempo.
PS: Editei o texto porque a delação de Delcídio pelo fato de ele ter fórum privilegiado passaria pelo STF.