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As pesquisas estaduais divulgadas ontem pelo Ibope trazem por um lado uma boa notícia para o PT, e por outro duas notícias relativamente ruins. Dilma cresceu e voltou a passar Marina no Rio. E diminui de 16% para 13% sua distância para a ex-senadora em São Paulo.
Nas eleições para governador, porém, os candidatos do PT não têm dois dígitos na última pesquisa Ibope. Lindberg apareceu com 9%, quando tinha 11% no anterior. E Alexandre Padilha chegou a 8%. Enquanto isso, Dilma tem 25% em São Paulo e 37% no Rio de Janeiro segundo a mesma pesquisa. O que indica que no levantamento que será divulgado hoje Dilma deve aumentar sua diferença para Marina.
Mas voltando à analise local, em São Paulo, Dilma só tem a candidatura Padilha a lhe apoiar. Amparado por pesquisas, o candidato do PMDB, Paulo Skaf, fez todo tipo de grosserias com a candidata do PT. E depois dos ataques de Alckmin, a sua candidatura perdeu cinco pontos, indo de 23% para 18% e esses votos que deixaram Skaf podem ir para Padilha num futuro breve.
No Rio de Janeiro, ao contrário de São Paulo, todos os quatro primeiros colocados apoiam Dilma. Sendo que uns mais do que os outros. O atual líder das pesquisas é Garotinho, com 26%. Seu eleitorado principal está nas classes C, D e E. Garotinho não tem como não apoiar Dilma, porque neste segmento a presidenta e Lula tem grande força no estado. Pezão, o atual governador, bem que tentou pular no colo de Aécio, chegando a criar no estado o movimento “Aezão”. Mas o tucano esfarelou no Rio. Está apenas com 9% das intenções de votos do eleitorado fluminense. Crivella até outro dia era ministro da Pesca de Dilma e mantém-se aliado. E Lindberg é do PT.
Tudo indica que Dilma vai chegar em 5 de outubro com 40% ou um pouco mais de votos no Rio. E com algo próximo a 30% em São Paulo.
O eleitor da presidenta em São Paulo vai num momento ou outro achar Padilha no seu caminho. Pelos estudos que este blogueiro fez, a correlação de votos entre o candidato a presidente e a governador paulista caminham no mínimo na faixa de 70% entre um e outro. Sendo assim, Padilha não teria menos de 20% levando-se isso em consideração.
[caption id="attachment_14993" align="alignleft" width="300"] Padilha, Pimentel, Gleisi e Lindberg em selfie do candidato a governador de SP[/caption]
Se Dilma vier a ter 40% ou mais no Rio de Janeiro, Lindberg também tem tudo para crescer nos últimos dias e deve ter no mínimo metade dos votos que Dilma terá no estado.
O exemplo da eleição passada em São Paulo, quando Aloysio Nunes Ferrreira deu uma arrancada na reta final associando-se ao voto tucano e passou tanto Marta Suplicy quanto Netinho, sendo o senador mais votado de 2010, não é um fato isolado.
A tendência é o eleitor afunilar seu voto e quando se define por um candidato na cabeça de chapa, acaba votando de forma associada no mesmo partido. Isso não é uma regra, mas uma tendência.
O que vale para Lindberg e Padilha deve valer também para Aécio no estado de São Paulo. Este blogueiro não acredita que Alckmin possa vir a ter mais de 50% dos votos válidos ou algo próximo a isso no estado e que Aécio mal chegue a 20%. O tucano de Minas deve crescer na reta final e se aproximar do eleitor paulista que costuma caminhar com o PSDB.
Em relação a Padilha e a Lindberg o que está em jogo agora é saber se esse impulso final será suficiente para levar um dos dois ou os dois para o segundo turno. No caso de Padilha ele tem dois grandes obstáculos, o primeiro, passar Skaf. O segundo, tirar votos de Alckmin que hoje levaria fácil no primeiro turno.
O desafio de Lindberg é outro. É passar dois dos seus adversários, porque o segundo turno já é praticamente certo no Rio. Se Pezão vier a crescer e se distanciar no primeiro lugar, pode-se abrir uma disputa entre os outros três candidatos na reta final. E, neste contexto, Lindberg ainda teria chances de cavar um lugar no turno final com Pezão.
A eleição para os governos do estado começa agora, quando o eleitor parece começar a olhar melhor para as candidaturas que estão colocadas. Neste primeiro momento, a definição começa pelo topo da pirâmide. As classes A e B são as primeiras a se definir. E isso favoreceu Alckmin e Skaf em São Paulo. No Rio, o beneficiado foi Pezão. A partir de agora, os setores populares que muitas vezes ainda estão escolhendo nomes mais por recall do que por opção definitiva, começarão a se posicionar. E muita coisa ainda pode mudar.
As eleições estaduais ainda podem vir a ter grandes reviravoltas.