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A escolha do nome de Assis do Couto (PT-PR) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara levantou uma série de questionamentos a respeito do porquê de nomes mais ligados à área, como os de Erika Kokay e Nilmário Miranda, terem sido preteridos em prol do deputado. Este blogue mesmo avaliou que o fato teria relação com a postura do governo Dilma de não querer enfrentar os conservadores neste momento, já que Couto é um parlamentar que faz parte da Frente em Defesa da Vida, contrária ao aborto (confira entrevista com o parlamentar na Fórum Semanal Digital). Mas a história é outra, e tem mais a ver com as relações de poder dentro da bancada do PT e no Legislativo.
Na eleição para a mesa da Câmara em fevereiro de 2013, o deputado André Vargas (PT-PR) precisava do apoio da corrente Movimento PT para garantir a vitória sobre Paulo Teixeira (PT-SP) e assegurar a primeira vice-presidência da Casa. Para tanto, ofereceu à corrente a segunda vaga na mesa, que ficou com o deputado Biffi (PT-MS), e a Comissão de Agricultura para Assis do Couto, o que faria muito mais sentido em função de sua área de atuação.
O que não estava na conta do acordo é que Marco Feliciano (PSC-SP) fosse escolhido presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara (CDHM), cerca de um mês depois da eleição da mesa. Diante da trágica gestão do pastor e da repercussão negativa para o PT, tido como omisso na ocasião, o partido se viu obrigado a incluir entre suas escolhas neste ano a CDHM. Como não foi possível conseguir também a Comissão de Agricultura, o acordo foi cumprido e Assis do Couto assumiu sua presidência.