PT do Rio solta nota se solidarizando com o PSoL e o deputado Marcelo Freixo

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Em nota divulgada há pouco pelo PT do Rio de Janeiro acerca do caso envolvendo a morte de Santiago Andrade, o partido registra que o PSoL e Freixo são "vítimas recentes da sanha da mídia empresarial brasileira, sempre disposta a atacar as ideias, as organizações e as lideranças da esquerda brasileira". Alguns vão dizer dizer que há neste apoio um cálculo político com vistas à próxima eleição no estado, mas não poderão  negar que é uma atitude exemplar para se pensar o relacionamento entre esses partidos daqui pra frente. Seria um avanço para o campo democrático se a militância do PT e PSoL, principalmente a atuante nas redes sociais, entendessem esse recado e passassem a se tratar de maneira mais respeitosa.  Segue a nota.   A morte do cinegrafista Santiago Andrade deve servir de alerta para algumas reflexões. Em primeiro lugar, solidarizamo-nos com amigos e familiares da vítima, cuja perda e dor deve ser respeitada, e não espetacularizada ou apropriada por uma ofensiva conservadora. Criticamos duramente a ação de pequenos grupos que substituem a organização popular, o trabalho de base e o debate político pelo uso performático da violência, prestando um desserviço às lutas por mais direitos e pela radicalização da democracia, servindo de pretexto para o aumento da repressão, colocando em risco a integridade dos próprios manifestantes e diminuindo a adesão popular aos movimentos de massa. Para nós, do PT, a construção de uma sociedade em novas bases é uma tarefa de milhões de pessoas, e ações irresponsáveis e de legitimidade social reduzida não contribuem para a superação das desigualdades que ainda existem em nosso país. No entanto, não concordamos que o episódio que vitimou Santiago – que deve ser devidamente apurado, e processados os responsáveis – sirva como cortina de fumaça para encobrir a escalada de violência policial, que vitimou mais de uma dezena de pessoas, inclusive nas manifestações, ou como pretexto para tentativas conservadoras de alteração na legislação brasileira, como o PL-499 (conhecida como “lei anti-terrorismo”) ou a proposta do secretário estadual de segurança de tipificar o crime de desordem, abrindo perigosas janelas para o aumento da criminalização dos movimentos sociais. Por último, solidarizamo-nos com o PSOL e o deputado estadual Marcelo Freixo, vítimas recentes da sanha da mídia empresarial brasileira, sempre disposta a atacar as ideias, as organizações e as lideranças da esquerda brasileira, como ocorre sistematicamente contra o PT, sendo a cobertura do julgamento da AP-470 um caso emblemático. Entendemos os ataques desferidos contra o deputado e o seu partido como parte de um processo mais amplo de disputa ideológica – como ficou explícito nos editoriais da imprensa sobre o VI Congresso Nacional do MST, cabendo a todos e todas que lutam por um mundo melhor uma postura mais generosa entre nós e de repúdio à campanha difamatória orquestrada.