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Eu estava achando essa história do beijo gay numa novela da Globo uma grande bobagem. E talvez de fato fosse uma grande bobagem. Mas, quando estava pegando mais uma cerveja na geladeira, dona Clô, que está aqui em casa, gritou: beijou, beijou.
E de repente ouvi gente gritando tanto do bar que fica aqui do lado de casa como dos apartamentos próximos que assistiam a novela nesta vila que chamam de Madalena.
A Globo que tanto relutou acabou colocando no ar uma bicoquinha de dois homens. Uma coisa assim sem nenhuma sensualidade. Quase igual ao beijo que o Émerson Sheik, do Corinthians, deu num amigo dele dia desses. E que um bando de idiotas criticou.
Mas pelo jeito as pessoas trataram como um rito de passagem. Se na vila que chamam de madalena, num dos cantos mais boêmios e descolados de São Paulo, a bicoquinha rendeu gritos. Pelo Brasil afora deve estar proporcionando mil conversas. Mil debates. Mil histórias.
Que seja mais um passo na nossa luta a favor da paz e dos direitos humanos.
A luta LGBT é isso. Nada mais que isso. Não é a favor e nem contra nada. É de direitos humanos.
E o nome da novela é sugestivo: amor à vida. É disso que se trata, no caso da luta LGBT.
Mesmo que a novela tenha sido uma droga, valeu pela bicoquinha.