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Aécio tem tido muita dificuldade em responder perguntas realizadas por Dilma nos debates. Ao invés de fazer o que se espera de um candidato, esclarecer os eleitores sobre os questionamentos, ele tem xingado Dilma de leviana, mentirosa, leviana, mentirosa... Isso está pegando muito mal e se continuar desse jeito. Aécio vai repetir o feito de Alckmin no segundo turno de 2006, vai ter menos votos no primeiro turno do que no segundo. Como democrata e defensor da pluralidade de ideias, a partir de hoje dedicarei parte do meu tempo para contribuir com o senador nas preparações dos debates. Este primeiro post já vai ajudá-lo bastante, mas prometo outros sempre que necessário. Já esclareço aos difamadores de plantão que não estou ganhando nada com a tarefa. Eu e Andreia Neves fazemos tudo por devoção. Somos pessoas de bem. Gente que quer mudar o Brasil. E que não está atrás de uns caraminguás.
- O ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, denunciou envolvimento do PSDB em esquemas de corrupção?
Paulo Roberto Costa, que é frequentemente citado pelos tucanos no suposto caso de corrupção envolvendo a Petrobras, afirmou, em delação premiada, que o ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra recebeu propina em 2009. O valor seria de R$ 10 milhões, com o objetivo de impedir o andamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. À época, Guerra era senador por Pernambuco e fazia parte da comissão de investigação da estatal.
De acordo com Costa, empresas ligadas à Petrobras temiam prejuízos com a CPI e tentaram encerrar as investigações, que estavam atrapalhando seus negócios. Segundo ele, a construtora Queiroz Galvão foi quem passou os recursos, que foram utilizados na campanha de 2010. Guerra faleceu no início de 2014, aos 66 anos, e já havia outras denúncias de corrupção contra ele, como, por exemplo, na CPI dos Anões do Orçamento, por desvio de dinheiro público.
- O escândalo da Pasta Rosa realmente existiu?
Em 1995, uma auditoria do Banco Central encontrou na sala do ex-dono do Banco Econômico, Ângelo Calmon de Sá, uma pasta de cor rosa com documentos ligados à doação de dinheiro a campanhas eleitorais. Foram achados recibos, notas fiscais e uma lista com nomes de políticos e a quantia a ser recebida. De um total de 45 nomes, apareciam alguns bem conhecidos, como Luís Eduardo Magalhães (PFL/BA), José Serra (PSDB/SP) e Francisco Dornelles (PPB/RJ), tio de Aécio.
Os documentos eram de 1990, quando a doação de dinheiro proveniente de empresas aos candidatos era proibida por lei. Entre os papeis, haviam notas falsas emitidas por firmas fantasmas. O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, apelidado de "engavetador-geral da República", pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento do processo, alegando falta de provas. O STF acatou e o fato ficou marcado como um dos maiores escândalos de financiamento de campanhas no Brasil.
- E o mensalão tucano? Aconteceu mesmo ou é pura invenção?
Também conhecido como mensalão mineiro ou tucanoduto, o termo diz respeito aos casos de desvio e lavagem de dinheiro durante a campanha de Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais em 1998. Azeredo é um dos fundadores do PSDB e era presidente nacional do partido quando tudo ocorreu. O valerioduto tucano – batizado assim devido à participação do empresário Marcos Valério – foi o esquema de financiamento irregular, com recursos públicos e doações privadas ilegais para as campanhas do candidato do PSDB. Entre as empresas envolvidas, estavam a gráfica Graffar e as estatais mineiras Cemig, Comig e Copasa.
- E o caso dos metrôs de São Paulo? O que houve exatamente? Que história é essa que o Aécio diz que é mentira e leviandade?
Documentos mostram que integrantes da Secretaria de Energia e de três diretorias da Empresa Paulista de Transmissão de Energia (EPTE) foram subornados para que a companhia francesa Alstom conseguisse um contrato de US$ 45,7 milhões com a estatal durante a gestão de Mário Covas (PSDB). O lobista Romeu Pinto Jr. admitiu ter recebido recursos da Alstom para pagar suborno, mas havia dito que não conhecia os destinatários, pois entregava os valores a motoboys, que faziam a entrega.
Porém, a empresa francesa deu detalhes da divisão e do destino do dinheiro pago para ser favorecida nas licitações do metrô em São Paulo. Segundo o documento entregue, a Secretaria de Energia, chamada de “SE”, recebeu 3% do contrato (R$ 1,56 milhão). Já as diretorias financeira, administrativa e técnica da EPTE aparecem como destinatárias de 1,5% (R$ 780 mil), 1% (R$ 520 mil) e 0,13% (R$ 67,6 mil), respectivamente.
- Aécio empregou os parentes quando foi governador de Minas Gerais? Ou ele só teve a ajuda voluntária de sua querida irmã que é quase uma freira?
A prática de nepotismo é proibida no Brasil. No entanto, dados do Diário Oficial do Estado de Minas Gerais mostram que o primo de Aécio, Fernando Quinto Rocha Tolentino, foi nomeado assessor do diretor-geral do Departamento de Estradas e Rodagem (DER/MG), em 2007. Outro primo, Guilherme Horta, era assessor especial de Aécio no governo. A prima Tânia Guimarães Campos foi nomeada, em 2008, para o Poder Executivo de Minas Gerais. Outro primo, Frederico Pacheco de Medeiros, ocupou o cargo de Secretário Adjunto de Governo em 2006 e atualmente está como Diretor de Gestão Empresarial da Cemig. Andréia Neves da Cunha, irmã de Aécio, ocupava o cargo de presidente do Servas (Serviço Voluntário de Assistência Social) entre 2003 e 2014.
Tancredo Augusto Tolentino Neves, tio de Aécio, ocupou o posto de diretor do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais em 2008. Teve um cargo até para o genro do padrasto do governador, Oswaldo Borges da Costa Filho, que foi diretor-presidente da Codemig, em 2006.
- Aeroporto de Cláudio: uma obra privada com dinheiro público? É isso mesmo?
Uma das questões mais polêmicas, e ainda não respondidas pelo candidato Aécio Neves, é a construção do aeroporto no município de Cláudio (MG). A obra, realizada por Aécio quando era governador do estado, custou R$ 14 milhões aos cofres públicos (18 milhões em dinheiro de hoje) e foi levantada em um terreno pertencente ao seu tio-avô Mucio Tolentino. O candidato tentou abafar o caso na mídia, mas não obteve sucesso. Depois de muito tempo evitando tocar no assunto, admitiu que usou várias vezes a pista concluída em 2010, inclusive com avião da família. Aécio, sua mãe e suas irmãs são proprietários de uma fazenda na cidade, situada a 6 quilômetros do aeroporto. Seu tio é quem guarda as chaves que dão acesso ao empreendimento. Em entrevista à Revista Piaui, Aécio se referiu a sua cada de Claúdio como sendo o seu Palácio de Versalhes.
- Aécio foi mesmo pego pela blitz da Lei Seca? Ele de fato não quis fazer o bafômetro? É verdade que ele estava bêbado e com a carteira de habilitação vencida?
Em 2011, o então senador Aécio Neves (PSDB-MG) se recusou a fazer o teste do bafômetro em uma Operação da Lei Seca na Avenida Bartolomeu Mitre, no Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro, durante a madrugada. Além disso, o tucano teve a carteira de habilitação apreendida por estar com o documento vencido. Segundo as regras em vigor naquela data, a recusa do teste de bafômetro já era considerada uma infração gravíssima, com 7 pontos na carteira e multa de R$ 957. Dirigir com a carteira de habilitação representava 7 pontos e multa de R$ 191,54. Embora não tenha feito o teste para medir o nível etílico no sangue, vídeos publicados na internet mostram o político visivelmente alcoolizado pelas ruas. E o carro que Aécio dirigia era de uma rádio, a Arco Iris, que é retransmissora da Jovem Pan em Minas Gerais e que recebeu vultuosas verbas publicitárias do governo do Estado. Por conta disso, Aécio teve que admitir que era também acionista da rádio.
Aécio pode levar essas papeletas no bolso, mas se preferir, a gente dá um jeito de conseguir um ponto eletrônico igual aquele que a Dilma usou no Debate da Band e que fez com que ela lhe desse aquela lavada. Tenho certeza que se eu puder ser o ponto de Aécio ele, ao menos, vai parecer muito mais sincero. E vai parar de ser mal educado e xingar as pessoas. O povo não gosta disso. Ou como disse a Dilma: é feio, Aécio.
* Produzida com a colaboração da Maíra Streit e informações do site Muda Mais
Foto de capa: José Cruz / ABr