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MC Guimê, um garoto de Osasco, é hoje o músico mais popular do Funk Ostentação. Seu principal hit, Plaque de 100, tem mais de 42 milhões de views no Youtube. E já tinha atingido 30 milhões em 2012. Um fenômeno impressionante que, só agora com os rolezinhos nos shoppings centers, boa parte da mídia parece ter descoberto. Numa demonstração de que o apartheid cultural brasileiro tem muros mais altos do que o próprio sucesso.
Mas não é só com Plaque de 100 que MC Guimê faz sucesso na rede. Tá patrão, a primeira música de sucesso de Guilherme Aparecido Dantas, que dos 13 aos 15 anos trabalhou de ajudante numa quitanda para ajudar o pai nas despesas da casa, já tem mais de 20 milhões de views. País do Futebol, um clipe com Emícida e Neymar, que fala do sonho de ser jogador da garotada da periferia brasiiera, tem 12 milhões. Calcula-se que atualmente Guimê faz quatro shows por noite e ganhe com isso uns 500 mil reais por mês. Tudo isso, sem Globo. Sem nada.
Mas, claro, que agora MC Guimê vai se tornar figurinha carimbada em programas de TV, matérias de jornais e vai virar ate personagem de blogs como este. Seus hits serão analisados, dissecados, detonados, esteriotipados ou ainda pior, tratados como chama de uma nova cultura pop periférica.
Eles são machistas? Só querem saber de consumir? Idolatram os símbolos da capitalismo? São expressão de uma nova periferia que não aceita mais ser tratada como lixo social? Nos três vídeos abaixo você tem material suficiente para sustentar qualquer tipo de opinião.
Mas antes de qualquer coisa leve em consideração, são 42 milhões de views numa só música. E sem mídia centralizada. Será que não é o caso de pensar melhor sobre o que constrói este tipo de fenômeno antes de sair atirando suas opiniões por aí?
Plaque de 100
Tá Patrão
País do Futebol