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A presidenta Dilma acaba de fazer uma pronunciamento do tipo professora em sala de aula. Papel que ela, aliás, desempenha muito bem. Dilma é melhor desfilando números e debatendo questões técnicas, do que fazendo discursos políticos.
Os números que foram apresentados pela presidenta é que devem pautar o debate dos próximos capítulos.
Segundo ela, nos próximos 35 as empresas pagarão ao país quase 1 trilhão de reais (270 bi em royaletes, 736 bi a título de partilha entre o Estado e as empresas e 15 bi em bônus). Boa parte desses recursos será aplicado em saúde e educação. “Uma pequena revolução benéfica e transformadora em nosso país.”
Dilma ainda ressaltou que esse não é o único resultado a se comemorar. O país terá plataformas, gaseodutos, linhas de produção, submarinos etc. que também serão produzidos no Brasil por conta do pré-sal. E vão gerar riquezas internas.
E para cravar a espada no coração dos que a criticam disse que: “85% de toda a renda do campo de Libra vão ficar com o Estado brasileiro e à Petrobras. E isso é muito diferente de privatização”.
O discurso da presidenta serviu para organizar a defesa do seu governo em relação ao leilão de hoje. Há, porém, muito a ser explicado nos próximos anos. O movimento sindical petroleiro, que é custista, diga-se, atirou contra o leilão com todas as forças. E da parte dos privatistas, o tiroteio não foi pequeno. Os tiros desse setor, porém, não resultam em perdas políticas. Os dos petroleiros, porém, têm outro peso.
Dilma é uma gestora muito acima da média. Seus defeitos são outros. Diáloga muito menos do que Lula. E neste caso, como em outros, conversar mais poderia ter ajudado.
De qualquer forma, seu pronunciamento melhora a posição do governo. Porque até o momento, a comunicação em relação a Libra, tinha deixado muitíssimo a desejar. Mesmo para iniciados estava difícil entender o que o governo defendia. E isso explica muito dos problemas do atual governo. A falta de comunicação. Ou a comunicação errática.