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A postura "nem te ligo" de alguns dos atuais "pensadores" do marketing da Caixa Econômica Federal não sobreviveu a avalanche de protestos contra a peça publicitária onde o maior escritor brasileiro, Machado de Assis, era interpretado por um ator branco.
A direção do banco emitiu uma nota pedindo desculpas pelo erro, mas essa decisão não foi tão tranquila quanto a nota enseja. Quando os primeiros protestos surgiram pela internet muitos dos que respondem pelo marketing e pela publicidade da Caixa deram de ombros, tratando o caso como coisa de malucos internet. Gente que não tem o que fazer. Só depois que o caso foi ganhando visibilidade com textos como o publicado nesta Fórum por Ana Maria Gonçalvez e com os protestos do Seppir e de membros do governo ligados à questão racial e que a tese dos "iluminados" perdeu força.
Abaixo publico a nota da Caixa Econômica Federal e o vídeo que deu origem aos protestos. Mas aproveito o ensejo para afirmar que a atitude preconceituosa da CEF vai além da confecção dessa peça publicitária, passa também pelo destino das verbas. O banco não vem anunciando em veículos de mídia livre e alternativa porque nas palavras de um dos seus "pensadores" com o qual tive reunião há uns quatro meses " esses veículos não têm o discurso alinhado à imagem que a Caixa quer passar ao mercado". Esses veículos "não são muito bonitos, elegantes.. e a publicidade da caixa leva em conta isso na sua técnica".
Depois que vi essa publicidade da Caixa fiquei me perguntando se o problema é que esses veículos não são suficientemente brancos para merecer fazer parte da estratégia de marketing do banco.
PS: Nos últimos meses quando ouço falar de aparalhemanto de Estado pelo PT recordo-me dessa reunião na sede da Caixa. Durante mais de 20 minutos ouvi meu interlocutor falar barbaridades da gestão de Lula. Coisas do tipo: "Lula quebrou o Brasil e quem sabe disso muito bem é a ministra Miriam Belchior". Ou seja, o Machado branco não foi só um acidente de percurso.
Leia abaixo a íntegra do comunicado da Caixa:
A Caixa Econômica F ederal informa que suspendeu a veiculação de sua última peça publicitária, a qual teve como personagem o escritor Machado de Assis. O banco pede desculpas a toda a população e, em especial, aos movimentos ligados às causas raciais, por não ter caracterizado o escritor, que era afro-brasileiro, com a sua origem racial.
A CAIXA reafirma que, nos seus 150 anos de existência, sempre buscou retratar, em suas peças publicitárias, toda a diversidade racial que caracteriza o nosso país. Esta política pode ser reconhecida em muitas das ações de comunicação, algumas realizadas em parceria e com o apoio dos movimentos sociais e da Secretaria de Política e Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) do Governo Federal.
A CAIXA nasceu coma missão de ser o banco de todos, e jamais fez distinção entre pobres, ricos, brancos, negros, índios, homens, mulheres, jovens, idosos ou qualquer outra diferença social ou racial.