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O músico Sérgio Ricardo lançou um manifesto intitulado GRITA com o objetivo de organizar a classe artística, em especial músicos, para discutir questões relativas aos direitos no setor.
Num dos trechos do manifesto há uma crítica direta ao Ecad: “Já que estamos com a boca no trombone, em plena CPI no Congresso, comecemos pela música. O nosso objetivo básico é a reparação dos males causados pelas irregularidades dos meios adotados pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), carente de transparência na arrecadação e distribuição dos direitos autorais e com sérios problemas estruturais.”
Sérgio Ricardo passou o texto por email a vários artistas, entre eles Chico, que respondeu sugerindo a mudança da palavra “impecilio” (sic) por “impedimentos”.
Sérgio aceitou a sugestão e respondeu que ele seria o primeiro da lista do manifesto.
“Foi a primeira resposta. Será, pois, o primeiro da lista. De acordo?
Posso abrir para os demais?”
A resposta de Chico Buarque, também por email:
“Claro, meu irmão”.
A segunda assinatura do manifesto era do sociólogo Emir Sader, desafeto da ministra da Cultura Ana de Hollanda, irmã mais nova de Chico.
O texto foi veiculado por alguns veículos de imprensa e segundo Sérgio Ricardo “dez dias após o lançamento do blog, com seu nome abrindo a lista, com surpreendente número de adesões”, Chico teria lhe enviado um email onde dizia que “preferia se manter à margem de assuntos que de alguma forma envolvam o Ministério da Cultura”. E solicitando que seu nome fosse retirado do manifesto.
Alguns músicos que assinam o documento afirmam em off que a ministra considerou uma traição a atitude do irmão e lhe solicitou que retirasse seu nome do manifesto.
Sérgio Ricardo, em entrevista por email a este blogue, afirma que não especulou sobre as razões que o levaram a pedir para tirar o nome “em respeito ao grande amigo e companheiro”. Mas acrescenta que as palavras empecilhos e impedimentos “ironicamente são as mesmas que o fazem retirar o nome da lista”.
Sérgio Ricardo, porém, faz questão de ressaltar que “distrações todos nós cometemos. É humano”.
Chico no email onde solicitava a retirada do seu nome do manifesto disse que não havia percebido que "por desatenção, eu lhe dei a entender que concordava em assinar tal documento".