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[caption id="attachment_10233" align="alignleft" width="300" caption="Tarso Genro, no lançamento do Gabinete Digital: objetivos são "radicalizar a democracia e aproximar população das decisões do governo""][/caption]
O governador Tarso Genro lançou na tarde de ontem em Porto Alegre o seu Gabinete Digital. Todo licenciado em Creative Commons e com código aberto e livre. Um tapa na cara com luva de pelica no retrocesso imposto pela atual gestão do MinC em relação a essa política pública adotada com grande sucesso durante o governo Lula.
O Gabinete Digital é uma plataforma que, nas palavras de Tarso, pretende radicalizar a democracia e aproximar a população das decisões governamentais.
Entre outras possibilidades, vai permitir que os cidadãos do Rio Grande do Sul enviem todos os dias perguntas que serão respondidas por Tarso numa twitcam ao final do dia.
Participaram do evento mais de 100 pessoas, quase todos ativistas da cultura digital.
Entre eles, Ivana Bentes, Sérgio Amadeu, Giuseppe Cocco, Zé de Abreu, Marcelo Branco, além dos blogueiros sujos Paulo Henrique Amorim, Rodrigo Vianna e o Senhor Cloaca.
Zé de Abreu fez uma fala emocionada e afirmou se sentir muito feliz por ver que o governador Tarso Genro reafirmava as políticas do governo Lula na área da cultura e convidava todos aqueles que hoje lutavam para que esta política não sofresse retrocesso no MinC para um evento tão especial quanto o lançamento do Gabinete Digital.
Tarso, como diria Dilma, não tergiversou. Reafirmou o compromisso do seu governo com as políticas de compartilhamento.
O curioso desta história é que exatamente no dia anterior, o secretário executivo do Minc, Victor Ortiz, que é gaúcho, e o presidente da Funarte, Antonio Grassi, tinham se reunido com artistas do estado.
Nessas visitas aos estados, o discurso dos dirigentes do ministério têm sido o de contrapor a visão dos “pós-modernos” às daqueles que defendem o “mundo da cultura e o interesse dos trabalhadores artistas”. Grassi teria dito em Porto Alegre que está tendo que explicar "que arte também é cultura".
Algo quase patético, mas que pode funcionar em alguns públicos.
O que na verdade está em jogo é quem defende a cultura como mercadoria e protege os interesses da indústria cultural e quem a entende como bem comum, respeita o direito dos artistas, mas leva em consideração os interesses da sociedade no estabelecimento de políticas públicas.
Tarso Genro escolheu de que lado está ao lançar o Gabinete Digital, licenciando-o em Creative Commons e em código aberto.