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Quando o ex-Gabeira era Gabeira ele escrevia na Revista dos Bancários, que editei por um bom tempo, e também fazia comentários na Rádio dos Bancários, programa que era transmitido pela Gazeta AM de São Paulo.
Na ocasião do assassinato dos 111 presos no Carandiru, o ex-Gabeira, como muitos de nós, ficou indignado e chamou algumas vezes o governador Fleury de bundão ao vivo na Rádio.
Imediatamente o Márcio Baraldi, um chargista brilhante e que ainda trabalha no movimento sindical, fez uma ilustração onde o rosto do Fleury reproduzia uma bunda. A ilustração era sensacional, se tornou adesivo (até hoje não sei quem mandou reproduzir aquilo) e ganhou a cidade.
O então governador ficou fulo da vila e processou o ex-Gabeira.
Fui uma das testemunhas de defesa arroladas no processo do ex-Gabeira.
Chegamos a ir numa audiência que foi desmarcada e, até onde sei, o caso acabou não dando em nada.
E o rosto de Fleury caricaturado numa bunda continuou rodando a cidade.
Bolsonaro não autorizou a invasão de uma prisão onde 111 presos foram barbaramente assassinados, mas a sua declaração no CQC é criminosa é deve ser tratada como um caso exemplar pelo Congresso.
Só devemos tomar cuidado com uma coisa, não tornar Bolsonaro algo que ele não é.
Ele não é um homem corajoso. Ao contrário, é um falastrão que deve subir em cima da mesa quando vê uma barata.
Pessoas corajosas não se escondem atrás de fardas e nem de imunidade parlamentar para atacar minorias e setores da sociedade que são vítimas de violência.
Mas com isso não estou querendo dizer que Bolsonaro é um bundão.
Porque bundão é algo grande. E Bolsonaro é bem pequenininho.