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Nesta sexta, 13 brasileiros foram presos por se manifestarem contra a visita a Obama na frente da Embaixada Americana. A prisão ocorreu porque uma bomba molotov foi jogada na embaixada, o que de fato é algo lastimável e que precisa ser investigado. Dos 13, 10 são militantes do PSTU.
Conheço, desde minha época de movimento estudantil, quando o nome do grupo era Convergência Socialista, militantes desse grupo político.
Nunca fui próximo nem da Convergência nem do PSTU. Considero as ideias e propostas deles bastante confusas e pouco lúcidas. Sem viabilidade prática.
Mas reconheço que uma democracia precisa de partidos e grupos que defendam teses com as do PSTU. Sem partidos com essa natureza no Brasil, teríamos uma democracia ainda mais frágil do que a atual, que já não é assim uma Brastemp.
É preciso que se investigue quem atirou a tal bomba de molotov na Embaixada, mas isso deve ser feito cumprindo as leis brasileiras, não os caprichos da gringaiada.
Se algo acontecer aos cidadãos brasileiros que foram encaminhados a prisões (abaixo o nome deles) onde correm riscos, a culpa será do governo brasileiro. Não de Obama.Por isso é hora de o ministro José Eduardo Cardozo mostrar a que veio.
Os 13 presos são: Gilberto Silva, eletricista; Rafael Rossi, professor de estado, dirigente sindical do SEPE; Pâmela Rossi, professora do estado; Thiago Loureiro, estudante de Direito da UFRJ, funcionário do Sindjustiça; Yuri Proença da Costa, funcionário dos Correios; Gualberto Tinoco "Pitéu", servidor do estado e dirigente sindical do SEPE; Gabriela Proença da Costa, estudante de Artes da UERJ; Gabriel de Melo Souza Paulo, estudante de Letras da UFRJ, DCE-UFRJ; José Eduardo Braunschweiger, advogado; Andriev Martins Santos, estudante da UFF; João Pedro Accioly Teixeira, estudante Colégio Pedro II; Vagner Vasconcelos, Movimento MV Brasil e Maria de Lurdes Pereira da Silva, doméstica.
Segue trecho de um email do estudante da UFRJ Kenzo Soares divulgado pela Anarquista Lúcida no Blog do Nassif, que dá uma ideia da dimensão dos riscos que os presos estão correndo.
"Tenho um amigo, membro do Grêmio Estudantil do C.Pedro II São Cristóvão, João Pedro Accioly Teixeira,preso numa unidade prisional para menores a 24 horas sem direito a visita ou comunicação e com pedido de Habeas Corpus e liberdade condicional negados por ter participado de uma passeata em protesto frente a visita do Obama ao Brasil. Embora 11 (nota do blog: na verdade outros 12) outros militantes e mesmo uma senhora de 70 anos que passava pelo ato também estejam presos e na mesma situação pela mesma causa, ele é o único que se encontra isolado dos outros por ser menor de idade, ou seja, compartilhando uma cela com outros detentos sem nenhum companheiro presente.
São óbvios e grandes os riscos que sua integridade física e psicológica correm estando ele sozinho, como o de violência física e estupro,podendo ele permanecer nessa situação durante semanas pelo motivo de ter participado de uma passeata durante a qual alguém jogou um coquetel molotov na embaixada norte-americana na ultima quinta-feira (nota do blog: o ato foi na sexta-feira). Não há qualquer prova dele estar envolvido, e os videos das câmeras de segurança da Embaixada que registram o momento estão tendo seu acesso negado enquanto Obama permanecer no país, até terça, sendo que a audiência que definirá sua liberdade ou encarceramento será amanhã as 11 horas. Ou seja, a única prova real sobre a autoria do coquetel molotov só será liberada após a sua audiência, e uma nova audiência necessária para sua liberação poderá ocorrer talvez somente em semanas.
Seu pedido de habeas corpus foi negado textualmente pelo simples motivo de Obama permanecer no Brasil, motivo inclusive inconstitucional, mas assegurado pelo esquema "especial" de segurança que protege o Presidente do Estados Unidos. Seu "crime" não tem direito a fiança porque foi enquandrado como possível portador de arma.
A única maneira de tentarmos garantir sua integridade física é dando grande visibilidade a uma campanha pela sua liberdade e segurança, pressionando o governo a zelar por ela. A pressão de mandatos parlamentares e movimentos sociais envolvidos não está sendo suficiente."