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Estou fora do Brasil neste momento para articular a participação da revista Fórum no FSM que vai acontecer em Dacar, no Senegal, no começo de fevereiro.
Até por conta da correria, não consegui comentar antes a tragédia de Teresópolis, Nova Friburgo e região serrana do Rio. As cenas que vi na internet e nas TVs europeias são muito tristes. Demasiadamente humanas, diria.
Aliás, essa me parece a questão central das tragédias. Elas costumam nos emocionar por demais. E nos levam a deixar a emoção pautar a ação. E só ela.
Isso muitas vezes se potencializa a partir da ação da mídia. Há muitos exemplos. A cobertura do 11 de setembro permitiu a invasão do Iraque e do Afeganistão. A queda do avião da TAM levou a um movimento chamado Cansei que tinha por objetivo questionar a legitimidade de um governo que acabara de ser reeleito.
A emoção que é algo fundamental para o ser humano, muitas vezes é manipulada. Muitas vezes e quase sempre em momentos como este em que o Rio e o Brasil choram os mortos das enchentes.
Isso quer dizer que não devemos chorar e nos indignar com a tragédia? Muito pelo contrário. Seria ótimo se nunca uma tragédia passasse incólume.
Essa atual que aconteceu na região serrana fluminense poderia, por exemplo, servir para mudar essa situação de calamidade do nosso planejamento urbano.
Mas esse debate tem que ser racional e sem oportunismos.
E passa por pautar uma agenda que trate da reforma urbana e agrária.
Será que nossos veículos tradicionais de comunicação, tão ávidos por manipular emoções, topariam essa discussão?
Duvido.