Panamericano, Losango, Cred System e como o judiciário brasileiro é coisa de rico

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Dia desses fui trocar de operadora de celular e quando fui contratar o novo plano descobri que meu nome estava sujo. Ou seja, aparecia na relação do Serasa e do Sistema de Proteção ao Crédito (SPC) como mau pagador. Fui checar do que se tratava e descobri que os débitos em meu nome se referiam a solicitações de créditos em financeiras como Banco IBI, Cred System, Losango e Panamericano (acho que o leitor ouviu algo a respeito desse banco nos últimos dias). Eram todos créditos pequenos, que somados não chegam a 4,5 mil reais. Entrei em contato com os bancos para tentar saber do que se tratava e em todos o atendimento foi péssimo. Pessoas despreparadas avisam que você precisa pagar as contas e te informam os lugares onde você teria realizado os débitos. Não havia passado nem por perto de nenhum dos estabelecimentos citados. O endereço que os bancos possuíam como da minha residência era completamente diferente do meu e boa parte das outras informações que possuíam não conferiam. Informei a cada um deles sobre isso, mas mesmo assim me pediram que enviasse uma carta de próprio punho, mais cópias dos meus documentos e outra séria de coisas por fax. Atendi as solicitações, mas mesmo assim meu nome continuava depois de dois meses constando da lista de mau pagadores do Serasa e do SPC. Como o leitor sabe tenho uma empresa e isso tem me causado uma série de problemas. Decidi entrar com um processo judicial para limpar meu nome e ontem o excelentíssimo juiz deu seu parecer. Ele exige para emitir uma liminar limpando meu nome que eu deposite em juízo o todo dinheiro da dívida que não contrai. Caso não venha a fazer isso, meu nome continuará sujo enquanto corre o processo. Ou seja, estarei condenado até que a justiça reconheça minha inocência. Mais do que absurda, a decisão expõe o elitismo da nossa justiça. Precisei contratar um advogado para me defender de um erro dessas financeiras que dão crédito a juros absurdos para qualquer um. Afinal, já está embutido nos juros o risco do não pagamento. Se não tivesse grana para contratar o advogado teria de negociar com elas algum tipo “acordo”. Pois é nesses termos que elas conduzem as negociações. Mesmo tendo recursos para contratar um advogado, tenho de ter todos os recursos de uma dívida que não contrai para depositar em juízo. Ou seja, pobre não tem mesmo direito a justiça no Brasil. Nossa justiça é coisa de rico.