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Moro quer o espetáculo.
Moro não quer perder o timing de fechamento das revistas semanais e ter sábado a capa de cada um desses lixos impressos.
Moro quer a edição de hoje do Jornal Nacional só para ele. Quer o Fantástico contando sua vida.
Moro usa e abusa do personagem que criou para si e que foi adotado pela classe média idiotizada, a de justiceiro solitário, a de miliciano de toga, a de matador de aluguel dos tribunais.
Quer o som e a fúria de todas as mídias, aproveitando-se dos efeitos especiais montados pelo STF. Moro encarna o papel de super-herói provinciano, que deve orgulhar papais, mamães, vovôs e vovós a exaltarem como foi longe este garoto!
Acima de tudo, Moro excita-se em ser o chefe dos freikorps dos data vênia, o ídolo do fascio verdamarelo. Moro quer Lula em serviço delivery na sua comarca. Quer que o velho metalúrgico enfrente filas de check in, hostilidades e agressões de pittbulls de saguões de aeroportos. Quer que o menino retirante pague a passagem para ser encarcerado.
Lula não deveria se entregar. Poderia ter pedido asilo. Numa impressionante demonstração de dignidade, negou-se a fazê-lo. Não está em seus planos deixar sua terra.
Agora poderia não se entregar. Pelo menos não da maneira que o abutre de Curitiba deseja.
Poderia dizer que venha o espetáculo até mim. Que venham com sirenes e camburões se quiserem. Que tragam jagunços, que passem o ridículo de prenderem o presidente mais popular do planeta quando do exercício do cargo. Que venham ao Sindicato, que venham à minha casa.
Que o ônus do ridículo espetáculo fique no colo dos esbirros da direita.