Discordo do Lelê Teles, 110 milhões de brasileiros não tem acesso à rede. Além disso, um pronunciamento em concessão pública em cadeia nacional além de ser direito constitucional e não significar um centavo para o bolso do trabalhador, não impede a comunicação da Presidenta Dilma de fazer também pílulas para as redes sociais.
Dilma Rousseff até o momento está renunciando a uma ação simbólica desde os tempos de Getúlio: falar diretamente em cadeia nacional via rádio (e posteriormente televisão) a todos os trabalhadores brasileiros.
Fiquem com os argumentos de Lelê que parece concordar com o ministro da SECOM, aqui os meus: O 1º de Maio, o pronunciamento de Dilma, o Congresso e a Terceirização.
Deixo aqui registrado aos leitores que estarei bem atenta à qualidade deste pronunciamento e voltaremos a falar dele, assim que for feito, pois nisso assino juntamente com Lelê: "Quando se tem um discurso forte, quando se tem algo a dizer e que seja algo que as pessoas precisam ouvir, elas escutarão. Principalmente se for em um meio em que elas também serão ouvidas." Bóra ouvir o que Dilma tem a dizer.
DILMA FAZ UM GOLAÇO
Por: Lelê teles
28/04/2015
Dilma acaba de fazer um golaço, de placa. Vai se pronunciar, no dia 1º de Maio, pelas redes sociais.
Depois de várias bolas fora, agora Dilma manda bola na rede e dá uma banana para os bilionários que controlam os meios de comunicação no Brasil.
Durante todo o seu primeiro mandato, Dilma sofreu na comunicação o que chamo de Mal de Chagas, quando dona Helena usava de argumentos bisonhos para legitimar uma tal mídia técnica, que consistia em encher as burras dos insaciáveis bilionários, enquanto eles usavam seus ventríloquos para destruir a imagem do governo.
Dona Helena gostava da TV, aparecia quase sempre atrás da presidenta em coletivas, como uma arara de pirata. Helena Chagas se esforçava para legitimar um poder que a TV já não tem há muito tempo.
Os Racionais MC's se tornaram um dos maiores fenômenos da música brasileira sem nunca ter participado de um programa de auditório, sem dar entrevistas para Nelson Mota ou fazer clipes para o Fantástico.
Deram uma banana para a TV ainda nos anos '90, e usaram as redes sociais para se comunicar com o povo.
E olha que era uma rede analógica, era no boca a boca, de mano pra mano.
Em março de 1979, Lula falou pra 80 mil metalúrgicos sem usar microfone. Como ondas concêntricas formadas por uma pedra que atinge as águas calmas de um lago, sua fala ia sendo reproduzida de companheiro para companheiro.
Quando se tem um discurso forte, quando se tem algo a dizer e que seja algo que as pessoas precisam ouvir, elas escutarão. Principalmente se for em um meio em que elas também serão ouvidas.
Foi o que fizeram Lula em '79 e os Racionais nos anos '90. É o que deve fazer Dilma hoje, procurar o discurso dialógico, diretamente com o povo, ao invés do monólogo dos pronunciamentos televisivos, frio, distante e protocolar, e que só servem para encher os bolsos dos bilionários com dinheiro público.
Lula acaba de viralizar um vídeo em que ele demonstra estar se preparando para 2018. Fez isso nas redes sociais.
Todos nos lembramos que foi pelas redes que Obama venceu e é pelas redes que ele continua a se comunicar com os estadunidenses, dando uma banana pra Fox News.
No dia da mulher, a presidenta fez o seu monólogo na TV, a única coisa que restou dele foram os panelaços; pequenos, exíguos, mixurucos, mas amplificados pela TV, reverberados pelos ventríloquos e multiplicados pelas redes sociais.
A TV é o reduto dos golpistas. A TV está a apoiar a direita a mexer no direito dos trabalhadores. Na TV não tem povo.
As redes sociais são a ágora moderna, é a praça pública, é a rua.
Primeiro de maio é feriado, as pessoas estarão se divertindo ou protestando, mas conectados ao mundo por meio de seus smartphones, seus tablets, seus laptops... quem vai estar prestando atenção na TV?
Dilma deveria fragmentar sua fala do Dia do Trabalhador, posteriormente, em pequenos vídeos temáticos de 3 a 5 minutos para serem disseminados pelo WhatsApp e afins.
Viralize, Dilma, agora que a senhora finalmente se curou do Mal de Chagas.
Palavra da salvação.
Lelê Teles