Não há fundo do poço para os tucanos de bico vermelho, como Paulo Bernardo que em pleno junho de 2013 foi para as páginas amarelas ajoelhar-se na Veja para mostrar o que era um 'bom petista', agora é a vez do pior ministro de Dilma Rousseff: José Eduardo Martins Cardozo. Acho-o pior, porque ele se diz petista e age como Kátia Abreu, Joaquim Levy et caterva. Destes já sabemos o que esperar, mas de um ministro filiado ao PT é inacreditável tal papelão. Depois do crime eleitoral de Veja, Cardozo se dar ao desfrute de aparecer neste Folhetim criminoso é imperdoável.
Como questiona Breno Altman: "Como é possível, a essa altura do campeonato, sem ferir a credibilidade do PT e do governo, um de seus principais integrantes ser cordial e afável com a revista que trata Dilma, Lula e outros dirigentes do partido como bandidos? Como é possível a presidenta decidir cancelar qualquer publicidade em Veja por seu caráter golpista, mas Cardoso conceder uma longa e sorridente entrevista? Em bom português: que merda é essa?"
O ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, deu entrevista à TV Veja.
Por Breno Altman, no Opera Mundi
10/02/2014
Pouco importa o conteúdo do que disse, pois relevante é a simbologia do fato.
Como é possível, a essa altura do campeonato, sem ferir a credibilidade do PT e do governo, um de seus principais integrantes ser cordial e afável com a revista que trata Dilma, Lula e outros dirigentes petistas como bandidos?
Como é possível a presidente decidir cancelar qualquer publicidade em Veja por seu caráter golpista, mas Cardozo conceder uma longa e sorridente entrevista?
Como é possível que o ministro se cale diante das arbitrariedades cometidas por setores da Polícia Federal para incriminar o seu partido, mas resolva prestigiar o veículo que mais convoca o atropelo da ordem constitucional?
Como é possível que a presidente convoque seus ministros para a batalha da comunicação e a atitude de Cardozo seja correr para os braços de uma revista criminosa?
Como é possível acreditar em qualquer compromisso do governo com a regulamentação dos meios de comunicação se o ministro da Justiça não perde a chance de se curvar diante dos monopólios?
Como é possível que Cardozo, cotado para o STF, vá apresentar credenciais para quem faz da pressão midiática sobre a corte seu instrumento de guerra contra a democracia e os direitos constitucionais?
Como é possível Cardozo ainda ser ministro da Justiça, se a única coisa que faz é cuidar de salvar a própria pele, bajulando os setores mais reacionários do país?
São perguntas que não podem calar.