Assisti aos discursos de transmissão de cargo de Paulo Bernardo, ex-ministro das Comunicações, e o do ministro que acaba de ser empossado no MiniCom, Ricardo Berzoini.
Ambos ex-líderes sindicais do ramo dos bancários, ambos lideranças próximas a Luiz Gushiken, mas ao menos no discurso grandes diferenças.
Enquanto Paulo Bernardo, num discurso prolixo que levou mais de 20 minutos, falou para empresários, Ricardo Berzoini tratou comunicação como um direito e como setor estratégico do país.
Para Berzoini o MiniCom é um ministério fundamental deste governo e sua gestão deve combinar o direito fundamental que é o direito à comunicação com um conjunto de missões portadoras de futuro: nas áreas da saúde, educação, cultura e desenvolvimento do Brasil em sua integração, na produção nacional de softwares, na inclusão digital, na efetivação da banda larga como um direito universal, na geração de empregos, na ampliação da radiodifusão no Brasil.
Berzoini afirma com todas as letras que para aprofundar a democracia no país é preciso democratizar a comunicação, que a liberdade de expressão torne-se um valor assimilado por cada cidadão/cidadã brasileira. Para o novo ministro, democracia não é só direito de votar, mas de emitir opinião, produzir e transmitir livremente as ideias.
Assista na íntegra o discurso do novo ministro do MINICOM e constate você mesmo que o senador tucano Aloysio Nunes, que agora deu pra frequentar e estimular marchas golpistas, falta com a verdade ao dizer que Ricardo Berzoini propõe calar a imprensa. Ao contrário, senador, a promessa deste novo ministério é ampliar a liberdade de expressão que em nosso país está restrita a uma máfia midiática que controla e monopoliza o sistema público de radiodifusão, tem um discurso único, recebe todas as verbas de publicidade e faz tempo que abandonou o compromisso com o jornalismo.
O que esta máfia midiática faz hoje é criminalizar lutas sociais, demonizar políticas progressistas e incensar políticos reacionários, mesmo que para isso cometa crime eleitoral na tentativa de eleger senadores nota zero.