Os alunos de faculdades particulares com bolsas integrais do Programa Universidade Para Todos (ProUni) possuem as maiores notas gerais médias do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), de acordo com o estudo da Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Educação Superior (Abraes). Os resultados dos prounistas são superiores à média nacional e dos alunos de faculdades públicas.
A pesquisa mostra que quem recebe o benefício tem média de acertos de 49,35 na avaliação do governo federal com concluintes do ensino superior, enquanto a nota dos alunos de ensino público é de 47,87. A média geral ficou em 43,19. O estudo da Abraes cruzou a nota média dos estudantes com dados socioeconômicos.
É uma pesquisa reveladora, mas devagar com o andor, ela foi realizada pela associação que representa alguns dos maiores grupos educacionais privados do país (Anima, Devry, Estácio, Laureate e Kroton).
A boa notícia é que alunos que antes não teriam chance de entrar no ensino superior elevaram o ensino nas universidades privadas, mas isso não significa que o ensino privado é melhor que o público como quer fazer crer a Associação Nacional das Universidades Privadas:
"Uma das conclusões é que o ensino oferecido pela universidade pública, se comparado ao Prouni, é pouco eficiente e concentrador de renda. O custo por aluno de uma vaga de universidade pública é substancialmente superior, e apresenta impacto menor no resultado dos alunos, se comparado ao Prouni."
Fica fácil para Associação das Universidades Privadas depreciar a educação publica, quando seus melhores alunos são também fruto de investimento público. Há ainda que se atentar a um dado da matéria que se estiver correto precisa ser revisto mecanismos para sua otimização: em 10 nos de PROUNI foram concedidas 1,5 milhões de bolsas de estudo e no mesmo período formaram-se 430 mil bolsistas. Nesses dez anos as federais públicas formaram 1.050.000 profissionais.
Felizmente a conclusão da ANUP não é a mesma do diretor de Políticas e Programas de Graduação do MEC, Dilvo Ristoff: "o Prouni elevou o nível de ensino das faculdades particulares brasileiras ao trazer os bons alunos das escolas públicas para o ensino superior privado". O diretor atribui os resultados à dedicação e ao esforço pessoal desses alunos. Os alunos sabem que além do mérito pessoal, as condições para que eles estudassem foi crucial e elas não seriam possíveis sem o PROUNI. Se dependesse dos donos das universidades privadas os alunos pobres não teriam livre acesso às privadas para surpreender a todos com seus resultados no ENADE.
Prouni elevou nível de ensino das faculdades particulares brasileiras nos últimos dez anos
23/01/2015
O Programa Universidade para Todos (Prouni) tem comprovado, nos últimos dez anos, que a educação tem o potencial de mudar a vida das pessoas. São exemplos de milhares de jovens de todo o País, com alto rendimento escolar, remanescentes da escola pública e que puderam, a partir dessa oportunidade, mudar sua própria realidade social e de suas famílias.
É o caso dos jornalistas Joceline Gomes, de 27 anos, e Francisco Amorin, 28, que fizeram parte da primeira turma do Prouni, de 2005, e que foram os primeiros integrantes de suas famílias a ingressar em uma universidade.
Para estimular histórias como essas, o Ministério da Educação disponibiliza 213.113 bolsas a partir de segunda-feira (26) até a próxima quinta (29). Esta é a maior oferta de bolsas para o Prouni desde que o programa foi criado, há dez anos. O número representa também aumento de 20% na oferta de vagas em relação a 2014.
Atualmente, o programa beneficia mais de 562 mil jovens brasileiros de baixa renda com bolsas integrais ou de 50% em universidades privadas de todo o País.
Segundo Joceline Gomes, sua vida mudou ao conquistar uma bolsa integral no curso de jornalismo na Universidade Católica de Brasília, uma das mais tradicionais do Distrito Federal.
“Quando eu estava saindo do ensino médio eu entrei na faculdade e eu entrei na faculdade por causa do Prouni. A minha família, nós éramos de classe média baixa, a gente não tinha acesso a nada. Foi depois que eu entrei na universidade que eu consegui meu primeiro emprego. Essa foi a oportunidade da minha vida, me transformou no que eu sou hoje. A vida da minha família mudou completamente por conta da existência do programa”, afirma a jovem negra, moradora de Taguatinga, região administrativa do DF, que obteve a maior média de desempenho acadêmico da faculdade de Comunicação durante todo o curso.
De acordo com o diretor de Políticas e Programas de Graduação do MEC, Dilvo Ristoff, o Prouni promoveu a democratização do acesso ao ensino superior no Brasil. Segundo ele, o programa se tornou uma alternativa entre um ensino público e gratuito, altamente competitivo, que apresentava poucas vagas à época, e o ensino superior privado e pago, ambos praticamente inacessíveis – há alguns anos – ao estudante pobre, oriundo da escola pública.
Além disso, o diretor destaca que o Prouni elevou o nível de ensino das faculdades particulares brasileiras ao trazer os bons alunos das escolas públicas para o ensino superior privado. O diretor atribui os resultados à dedicação e ao esforço pessoal desses alunos.
“A oportunidade que é dada para essas pessoas faz com que elas levem isso muito a sério. Elas vêem o Prouni como a grande oportunidade que tiveram na vida e se agarram a isso para garantir o sucesso na sua trajetória profissional. Por traz de cada um desses números há uma história maravilhosa. É o filho de pais analfabetos, que teve a primeira oportunidade na vida de chegar à educação superior”, destaca.É o que revela o estudo da Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Educação Superior (Abraes). Segundo a pesquisa, os resultados dos bolsistas do Prouni no Enade são superiores em seis pontos à média nacional e supera em dois pontos a média dos estudantes de universidades públicas.
Para o jornalista Francisco Amorin – filho de uma diarista, que cresceu no município de Águas Lindas, região no entorno do DF – sua entrada na Universidade tornou a ideia de cursar uma faculdade menos distante para os integrantes de sua família. “Ter alguém dentro da família que pôde cursar uma faculdade mudou essa perspectiva. O Prouni ampliou as possibilidades para o estudante de baixa renda e tornou o sonho de cursar uma faculdade algo mais próximo”, ressaltou.
O diretor Dilvo Ristoff explica que representa uma revolução em potencial quando cada pessoa de uma família ingressa pela primeira vez na universidade: “O pai ou a mãe que tem educação superior vai querer que seu filho também chegue à universidade. Existe uma grande revolução acontecendo hoje no Brasil, que democratizou o acesso ao ensino superior no País. Políticas como o Prouni, o Sisu, o Fies e a Lei de Cotas fizeram com que o campus brasileiro passasse a ter a cara do Brasil”, afirma.
O Programa Segundo dados do Ministério da Educação, ao longo desses 10 anos o Prouni concedeu 1,5 milhão de bolsas de estudos para estudantes pobres de todo o País. Nesse período, o programa formou mais de 430 mil profissionais em todas as áreas do conhecimento. O número equivale a quatro gerações de formandos de todas as universidades federais brasileiras, que formam cerca de 105 mil estudantes por ano.