Íntegra da coletiva dos blogueiros com Stedile

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Ontem à noite, na sede do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, blogueiros e ativistas entrevistaram João Pedro Stedile, dirigente nacional do MST.

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Casa cheia no Barão de Itararé para dialogar com o MST

Na ocasião houve o lançamento do site do MST inteiramente remodelado. Faça uma visita: mst.org.br.

Stedile fez uma breve análise de conjuntura, especialmente sobre os desafios da esquerda nestes próximos anos.

Entre muitas questões desde suas impressões sobre o Papa, após seu encontro com o pontífice no Vaticano, até o fornecimento de alimento orgânico para as escolas públicas brasileiras (em São Paulo, o MST fornece às escolas municipais arroz e suco de uva orgânicos)  Stedile defendeu a agroecologia, mostrando como o agronegócio é um modelo antissocial: eliminou 5 milhões de empregos com uso de veneno e máquinas, veneno que não é absorvido pela natureza e contamina a terra e água; desterritorializou uma infinidade de famílias, retirou a identidade do trabalhador do campo, produziu miséria e morte.

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Alguns dos alimentos orgânicos produzidos nos assentamentos do MST

Criticou o governo Alckmin não apenas por não ter feito os investimentos necessários levando os paulistas há uma crise hídrica sem precedentes, mas porque com as mudanças na legislação ambiental aprovadas pelos tucanos, seu governo permitiu que 6 milhões de hectares fossem destruídos com o monocultivo da cana de açúcar em território paulista. Stedile atribui a deterioração ambiental produzida pelo monocultivo latifundiário, segundo ele um pesquisador de Belém, Antonio Nobre vem estudando as mudanças no regime de chuvas da Amazônia. 

Ao explicar o enfrentamento do MST com grandes transnacionais como a BASF e a BAYER, nascidas para fornecer gases tóxicos para a guerra e que hoje para fazer agrotóxicos que provocam câncer até em bebês, Stedile nos mostra que reforma agrária é muito mais que distribuição da terra e luta contra o latifúndio, é uma disputa pela vida contra a morte, é a disputa por uma alimentação de qualidade, orgânica, sem venenos contra o latifúndio transnacional destruidor do meio ambiente e da vida do povo brasileiro.

Stédile explicou que o MST tem parceria com o INCA (Instituto Nacional do Câncer, com a Fiocruz, esta contribui na formação de professores, Mestrado em saúde ambiental, formando os agrônomos que trabalham com agroecologia nos assentamentos.

Stédile falou ainda do Bolsa Árvore, uma proposta do MST para lidar com a degradação ambiental. Segundo ele o MST enviará o projeto para o Ministério do Desenvolvimento Agrário. A ideia é sensacional, enquanto o agronegócio de Kátia Abreu produz em seu próprio estado 650 mil pessoas que se não fosse o Bolsa Família não sobreviveriam, a agroecologia dos assentamentos do MST refloresta o Brasil e põe comida sem veneno cancerígeno em nossa mesa.

Há muita informação e reflexão na fala inicial e nas respostas dadas às questões dos blogueiros que passou por temas como democratização das comunicações, uso das tecnologias para a mobilização das massas, escolhas do novo ministério de Dilma, as relações internacionais do movimento da luta pela terra.

Conheça mais um pouco do complexo e fundamental MST assistindo a coletiva: