Nota do Ministério da Saúde sobre a Vacina HPV

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O HPV é uma doença sexualmente transmissível (DST) que pode causar câncer principalmente no colo do útero e no ânus.

Alguns jornais da mídia monopolizada anunciam com alarde, uma possível reação de seis adolescentes gaúchas provocada pela vacina contra o HPV, mesmo que naquele estado já tenham sido vacinadas contra o Papiloma Vírus Humano (HPV) 116 mil meninas, entre 11 e 13 anos. Qual o interesse do alarde da mídia que não informa? Fazer como fizeram com a febre amarela que chegou a provocar morte de pessoas?

Esta irresponsabilidade da imprensa monpolizada quando deixa de fazer jornalismo e quando o tema é saúde pública não é apenas um crime contra a comunicação, é um crime contra a saúde pública. Porque ela espalha o pânico e a desinformação.

Muitas pessoas nas redes sociais, algumas com franco preconceito religioso,  fazem campanha contra a vacina que previne o HPV, ampliando a desinformação sobre o assunto. Ao olhar as manifestações que vemos no Facebook achamos que teremos a Revolta da Vacina II, o retorno, como se vivêssemos no tempo de Pereira Passos e as pessoas fossem obrigadas a se vacinar.

Há quatro anos vacinei minha filha contra o HPV, num centro de Imunização & Vacinas Especiais. Ela teve reação normal como teve ao tomar outras vacinas: febre e dor no local. À época gastei mais de 1500,00 para vacinar minha filha. Foi um investimento, pois o SUS, ainda não fornecia gratuitamente esta vacina nos postos de saúde. Preveni minha filha contra o câncer de colo do útero. Hoje, os pais podem levar suas filhas nos postos de saúde e, com recursos bancados pelo governo federal, imunizá-las contra uma doença que acomete milhares de mulheres.

Não caiam no jogo de quem partidariza tudo, a Organização Mundial de Saúde recomenda a vacina contra o HPV. No mundo todo, 51 países já aplicaram cerca de 175 milhões de doses desde o ano de 2006, sem registros de eventos que pudessem pôr em dúvida a segurança da vacina. Dos seis casos no Rio Grande do Sul, 5 meninas foram medicadas e passam bem. Um único caso mais grave está sendo acompanhado pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria estadual da Saúde do Rio Grande do Sul que além disso recolheram todo o lote de onde saíram as doses sob suspeita para análise.

Abaixo segue a Nota do Ministério da Saúde em resposta aos questionamentos que fiz, via mail.

NOTA

O Ministério da Saúde e a Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul informam que a vacina contra HPV é segura e recomendada pela Organização Mundial de Saúde. A vacina introduzida no calendário brasileiro este ano é também utilizada como estratégia de saúde pública em outros 51 países que já aplicaram cerca de 175 milhões de doses desde o ano de 2006, sem registros de eventos que pudessem por em dúvida a segurança da vacina.

Até o momento, mais de 116 mil meninas, entre 11 e 13 anos, receberam a vacina contra o Papiloma Vírus Humano (HPV) no Rio Grande do Sul. A quantidade representa 45% do total da população prevista (258 mil meninas), apresentando uma das maiores coberturas no país até agora. A primeira das três doses está sendo aplicada durante a campanha que vai até 10 de abril em todas as escolas do Estado, sejam públicas ou privadas. A vacina estará disponível nos postos de saúde durante todo o ano.

A maioria dos eventos associados à vacina é classificado como leve, reações como dor no local de aplicação, edema e eritema (coloração avermelhada da pele) de intensidade moderada.

O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) foi notificado e confirmou junto aos municípios a ocorrência de seis casos de reações adversas atípicos após a aplicação da vacina. Esses casos também estão sendo acompanhado pelo Ministério da Saúde.

Do total, cinco casos foram registrados em Porto Alegre. Desses, três meninas de 13 anos de idade apresentaram mal estar, dores musculares, cefaléia, náusea e foram atendidas por médico, melhorando em seguida e sem a necessidade de hospitalização. Outras duas apresentaram os mesmos sintomas com menor intensidade. Todas receberam a vacina na última segunda-feira (24 de março), se recuperaram bem e não apresentaram comprometimento do seu estado geral.

O sexto caso registrado é de uma menina de Veranópolis (serra gaúcha) de 11 anos de idade. Na última quinta-feira (20/03), após ser vacinada, ela teve uma crise convulsiva. A ocorrência de convulsões em decorrência da vacina não foi confirmada em estudos internacionais que avaliaram especificamente esse tipo de condição como efeito adverso da vacina. A menina foi atendida, passa bem e está sob acompanhamento neurológico.

As seis meninas foram vacinadas com doses do mesmo lote, composto por um total de 89 mil doses, que teve seu uso suspenso, como medida de precaução, enquanto ocorrem as investigações sobre se há ou não relação causal entre os eventos e esse lote específico. Os eventos relacionados às reações adversas atípicas estão sendo investigados pelo Programa Estadual de Imunizações junto às equipes que atenderam as crianças. A vacinação não foi prejudicada e continua disponível em todo o Estado conforme o calendário pré-definido.