Primo de Aécio, que segundo a Folha tem a chave do aeroporto construído por Aécio quando governador, é barrado na ficha limpa, acusado de vender habeas corpus

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Após a denúncia da Folha ontem (veja foto da capa da FSP), o jornal afirma hoje:

"O chefe de gabinete da prefeitura da cidade, José Vicente de Barros, disse à Folha na semana passada que interessados em usar o aeroporto precisam pedir autorização à família de Múcio e indicou seu filho Fernando Tolentino, que é primo de Aécio, como responsável pelo aeroporto.

Fernando afirmou que Aécio usa o aeroporto sempre que visita a cidade, onde sua família é proprietária da Fazenda da Mata. Indagado pela Folha sobre a frequência com que usa o aeroporto, Aécio não respondeu na semana passada. Ele não se manifestou sobre isso domingo. Antes de o aeroporto ser construído, havia no local uma pista de pouso de terra. Ela também foi construída pelo governo de Minas, em 1983, quando o Estado era governado por Tancredo Neves (1910-1985), avô de Aécio, e Múcio era prefeito de Cláudio." Folha 21/07/2014

A denúncia da Folha surpreendeu tantos leitores acostumados com o partidarismo do impresso pró-tucano que já tem enquete, posts, bolão sobre as intenções ocultas por traz da matéria. Acima, alguns #memes que circulam no #facebook sobre o escândalo do candidato tucano. Segundo a rede, a construção do aeroporto com recursos do Estado em um terreno em litígio que custou aos cofres públicos (apenas na gestão de Aécio) 14 milhões, fora a indenização pela desapropriação do terreno que sequer ocorreu ainda, faz parte do programa #MeuAeroportoMinhaFamília #AecioPorto #MeuAeroportoMinhaVida

Eu tenho algumas perguntas que não vi respondidas nas matérias da Folha:

1) Não é estranho o governo do estado de Minas Gerais, durante o governo de Aécio Neves gastar 14 milhões para construir um aeroporto em um terreno que sequer foi desapropriado e se encontra em litígio? Por que isso foi feito exatamente na fazenda de familiares do então governador Aécio Neves? Quanto o estado de Minas ainda irá gastar com isso, quando a justiça decidir sobre a desapropriação ou não do terreno?
2) De acordo com o Censo do IBGE, O município de Cláudio tem 25.636 habitantes. Investir 14 milhões na construção de um aeroporto numa cidade tão 'populosa' assim, usando recursos de impostos de todo o estado e deixar as chaves do aeroporto com o primo de Aécio é o que o então candidato à presidência da República chama de choque de gestão?

3) Quanto a família de Aécio que tem a chave do aeroporto e teve a pista de pouso já em 1983 construída com recursos do estado de Minas (e portanto usa e controla esta pista desde então) vai receber de indenização do Estado de Minas? Quanto de recurso do estado já foi gasto desde 1983? 4) Quantos pousos e decolagens ocorrem neste aeroporto de uso privado mensalmente? 5) Que tipo de aeronave, quantas aeronaves pousam por lá, numa cidade de aproximadamente 20 mil habitantes? 6) A ANAC não tem nenhuma ingerência sobre este aeroporto, é uma zona livre, uma pista de pousos e decolagens sem fiscalização alguma dentro de um Estado sem lei? 7) O que pousa e decola dessa pista? ( as questões de 4 a 7  foram formuladas por Paulo Preto).

Para terminar, conheça a 'ficha limpa' do porteiro do aeroporto, o primo de Aécio Neves, de acordo com o usuário Caldeirão de Ideias:

A notícia original da FSP não conta a história inteira. O filho do tio do Aécio (seu primo Tancredo Aladim Rocha Tolentino), em cujas terras o Governo de MG construiu o aeroporto, é notoriamente ligado ao crime, conforme denúncia do Ministério Público em 2012Ainda em 2012, ele tentou se candidatar a Prefeito de Cláudio, mas foi impugnado pelo Ficha Limpa devido à uma extensa ficha criminal (veja matéria reproduzida a seguir) Adivinhem para que servia o aeroporto semi-clandestino construído pelo Governo de MG na cidade de Cláudio? __________

Candidato a prefeito em Cláudio é pego no Ficha Limpa

Por Simone Lima 24/08/2012 16:33 CONSULTOR JURÍDICO

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) indeferiu essa semana a candidatura de Tancredo Aladim Rocha Tolentino (PV), o Kêdo, a prefeitura de Cláudio, no Centro-Oeste de Minas. O órgão manteve a decisão tomada em primeira instância pela Justiça Eleitoral, no final de julho. O pedido de impugnação foi feito pelo Ministério Público, baseado na Lei da Ficha Limpa, que tornou mais rigorosos os critérios que impedem políticos condenados pela Justiça de se candidatarem. Kêdo já entrou com recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pretende continuar sua campanha na cidade.

O candidato ficou conhecido em junho de 2011, quando foi acusado e participar do esquema de venda de Habeas Corpus pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Ele ainda pode responder por formação de quadrilha; corrupção ativa e corrupção ativa.

Antes disso, ele foi condenado, em 1997, por crime contra o patrimônio e contra economia popular. Kêdo foi acusado de sonegação fiscal. Em 2007, ele acabou de cumprir a pena. Ainda assim, a justiça entendeu que o candidato não tem condições de elegibilidade. Isso porque, para estar em dia com a justiça eleitoral, kêdo deveria ter 8 anos de pena cumprida e, por enquanto, ele tem apenas cinco. Dessa maneira, ele só pode se candidatar em 2015, caso não haja nenhuma condenação até lá.

Kêdo – que é proprietário de uma cachaçaria em Cláudio - afirma que vai continuar com a campanha. Aos 53 anos, ele decidiu se candidatar pela primeira vez nessa eleição e afirma que tem recebido apoio de eleitores da cidade. “Se eu achasse que não tenho chance, essa seria a desculpa perfeita para sairmos da eleição. Mas sabemos da nossa aceitação na cidade e pretendemos continuar. Decidi entrar nessa eleição justamente porque muitas pessoas me procuraram pedindo isso. Eu mesmo nunca tinha pensado nisso até agora”, conta.

O candidato ressalta que já entrou com recurso junto ao TSE. “Entramos com recurso hoje pela manhã. Isso não vai atrapalhar o ritmo da nossa campanha”, finaliza.

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