O título da matéria do Terra Magazine faz uma confusão, o sindicato não entrou em greve. O sindicato em assembleia geral foi legitimado por 4 mil trabalhadores que aceitaram a proposta da campanha salarial sem fazer greve. Portanto, não dá pra dizer que o sindicato é 'grevista'.
De acordo com a matéria a greve foi estimulada por um ex-dirigente derrotado nas eleições e que foi investigado por corrupção e envolvimento com assassinatos de dirigentes: " Em 2010, o assassinato de três dirigentes do Sindmotoristas-SP levantou suspeitas que até hoje não foram confirmadas pela Justiça de que o então presidente, Isao Hosogi, comandava um esquema interno de desvio de dinheiro nos contratos de planos de saúde da categoria. A morte dos diretores fez emergir o suposto esquema, que, segundo a Polícia Civil, teria movimentado irregularmente cerca de R$ 500 mil."
O sindicato tanto na situação como na oposição tem histórico de crimes, ambos (o que atualmente preside o sindicato e o que faz oposição a ele) foram presos sob acusação de comandar uma máfia que organizava greves em conluio com as empresas de ônibus da capital paulista.
Os trabalhadores despolitizados pelo visto estão em mãos de outra máfia que os "representa" e repetem a mesma barbárie com a população que voltou a pé para a casa e sequer tiveram a decência de nos avisar previamente. Uma greve que não prejudica em nada os patrões que monopolizam um serviço público vital para todos. Quer apoio da população liberem as catracas!
Comparar as ações de ontem supostamente organizada pelo dirigente derrotado com processo policial nas costas com a greve espontânea dos garis cariocas é ofender os garis.
A considerar a matéria do Terra a única solução é estatizar o trasporte público já que o monopólio privado de um serviço público primordial pra milhões de pessoas não pode ficar em mãos de uma máfia que tem força até pra chantagear o poder público no aumento de transportes com ameaças de locaute e na base ter dirigentes, acusados de crimes, pelegos com histórico de se associarem ao monopólio patronal e promovem locaute.
Nós paulistanos não merecemos ser reféns.
SP: Sindicato grevista tem histórico de desvios de verba e assassinatos
21/05/2014
O atual presidente do Sindmotoristas, Valdevan Noventa, e o ex, Isao Hosogi – o Jorginho: disputa por poder numa trama policial inacreditável (Foto: Sindmotoristas-SP)POR RODRIGO RODRIGUESNa linha de frente da greve de ônibus que pegou todos os trabalhadores de São Paulo de surpresa na volta para casa nesta terça-feira (20) – e que continua nesta quarta – o Sindicato dos Motoristas de Ônibus de São Paulo (Sindmotoristas-SP) tem um longo histórico de disputas, desvios de verba e até assassinatos.Os dois sindicalistas que disputam o poder na entidade têm em comum vários problemas na Justiça, que incluem acusações de enriquecimento ilícito, formação de quadrilha e suspeitas de ligação com o crime organizado.Valdevan Noventa, o atual presidente, e Isao Hosogi – o Jorginho, que hoje está na oposição, eram aliados até 2003, quando os dois foram presos sob acusação de comandar uma máfia que organizava greves em conluio com as empresas de ônibus da capital paulista.Os dois faziam parte da mesma diretoria até o ano passado, quando Valdevan Noventa ganhou força para disputar a presidência contra “Jorginho”, que estava no cargo desde 2004.Acusando o ex-aliado de ser o “Jorginho do Patrão”, Valdevan Noventa ganhou espaço expondo supostos bens de Isao Hosogi durante a campanha. Entre os bens haviam casas de praia e imóveis que somariam, segundo o adversário, um patrimônio de mais de R$ 16 milhões – valor incomum para um sindicalista de uma categoria com salários tão achatados, com piso salarial de R$1.955,00 para motoristas e R$1130,0 para cobradores.Após saírem da cadeira em 2004, Isao Hosogi assumiu a presidência com apoio do ex-presidente Edvaldo Santiago, mesmo com a acusação de conluio com empresários ainda a ser resolvida na Justiça.Valdevan Noventa, por sua vez, assumiu uma cooperativa de perueiros em Taboão da Serra, onde se tornou vereador pelo PV e, mais tarde, foi investigado pela Polícia Civil por suspeita de lavar dinheiro do tráfico de Paraisópolis nas lotações da cidade, além de ligação com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).Em 2010, o assassinato de três dirigentes do Sindmotoristas-SP levantou suspeitas que até hoje não foram confirmadas pela Justiça de que o então presidente, Isao Hosogi, comandava um esquema interno de desvio de dinheiro nos contratos de planos de saúde da categoria.A morte dos diretores fez emergir o suposto esquema, que, segundo a Polícia Civil, teria movimentado irregularmente cerca de R$ 500 mil.Embate eleitoralPor conta dos assassinatos e dos supostos esquemas de fraude, a eleição que colocou os dois dirigentes sindicalistas em rota de colisão ficou mais acirrada, obrigando a intervenção da Justiça do Trabalho e ficando quase três meses paralisada.No dia marcado para a eleição da entidade, no fim de julho de 2013, uma confusão relacionada à distribuição das urnas terminou em tiroteio que deixou três pessoas baleadas e obrigou a paralisação do processo eleitoral imediatamente.Na nova eleição de setembro, a chapa de oposição comandada por Valdevan Noventa venceu o pleito apoiado pela UGT (União Geral dos Trabalhadores) e obteve 57,3% dos votos da categoria.Já Isao Hosogi, apoiado pela CUT e pela Força Sindical, perdeu o cargo após três mandatos seguidos.Acordo coletivoCom esse histórico de disputas, o grupo de Isao Hosogi não teria aceitado o acordo feito entre a Prefeitura de São Paulo e a diretoria de Valdevan Noventa, onde a categoria teria reajuste de 10% nos salários.O reajuste foi aprovado pela assembleia da categoria composta por de 4 mil trabalhadores, realizada no último dia 19.Segundo o secretário de Transportes, Jilmar Tatto, os dissidentes não compareceram à reunião e decidiram por iniciativa própria começar uma paralisação surpresa, fechando ruas e avenidas de São Paulo e complicando a volta para casa dos paulistanos.O presidente nacional da UGT (União Geral dos Trabalhadores), central sindical que o Sindmotoristas-SP está filiado, diz que já está negociando com os grevistas rebeldes para colocar fim à paralisação no transporte da cidade.Segundo Ricardo Patah, há chances da greve ser interrompida ainda nesta quarta-feira (21).“A UGT está ouvindo todos os lados e até o final do dia vamos resolver de forma muito democrática esse conflito. Felizmente o grupo grevista representa uma minoria e a grande massa dos trabalhadores está a favor da atual gestão e decidida a voltar ao trabalho. Estamos tentando sensibilizar esse pequeno grupo dissidente de que manter a paralisação só prejudica e coloca o resto da categoria contra eles”, declara o presidente da UGT.Leia mais: