Motoristas fechando avenidas e mandando passageiros descer, motoristas rindo dos passageiros e tantos outros relatos que em nada servem para a imensa maioria dos trabalhadores, estudantes e demais usuários de transporte público em São Paulo se sensibilizarem com uma greve. Isso não é comum entre grevistas. Os sindicatos sérios organizam greves, especialmente as de transporte público avisando a população. Vi profissionais da creche hoje muito preocupados como chegariam em casa, pedreiros da obra sem saber o que fazer para voltar e se poderiam continuar o trabalho, filha dizendo que os ônibus desligaram os motores sobre a ponte Euzébio Matoso, estacionaram na ponte! E há relatos que isso ocorreu no Brás e em outros entroncamentos para gerar o caos e recorde de congestionamento. Na USP fizemos um mutirão de caronas e as aulas foram canceladas, porque muitos alunos não tinham como retornar para casa.
E tudo isso depois de no dia anterior numa assembléia de 4 mil trabalhadores a proposta da diretoria do Sindicato filiado a UGT ter sido aprovada. Não faz sentido motoristas agirem assim. Isso tem cara de locaute, cheiro de locaute, gosto de locaute. Resta saber quem liderou isso.
Ontem (19/05), em Assembleia Geral, quatro mil trabalhadores aprovam a proposta da Diretoria (sem greve) e no dia seguinte uma paralisação sem aviso à população?
Diretoria é surpreendida com atitude de alguns trabalhadores (as)
Na página do Sindicato
20/05/2014
A direção do Sindicato dos Motoristas de São Paulo esclarece que foi surpreendida na manhã de hoje (20/05) com as manifestações realizadas na cidade por alguns trabalhadores (as) que se dizem contrários ao fechamento da Campanha Salarial 2014.
Ontem na Assembleia Geral, que ocorreu no final da tarde, mais de 4 mil trabalhadores (as) compareceram e aprovaram a proposta apresentada que foi de: 10% no salário; ticket mensal de R$ 445,50; PLR de R$ 850,00; melhoria dos produtos da cesta básica (o Sindicato irá determinar as marcas); 180 dias de licença maternidade; fim do Genérico e o reconhecimento da insalubridade, dando o direito a Aposentadoria Especial aos 25 anos de trabalho.
Além disso, ficou determinado a criação de uma Comissão para discutir outras questões como convênio médico, situação do setor de manutenção, ou seja, dar continuidade na revolução de problemas enfrentados pela categoria.
O Sindicato, através do seu presidente Valdevan Noventa e da sua diretoria, irá verificar de onde partir essas manifestações e o motivo real que levou os trabalhadores (as) a tomarem essa atitude, principalmente porque foi logo após terem aceitado e aprovado a proposta em Assembleia.
Sindicato dos Motoristas de São Paulo