Por Ignacio Delgado
Uma palavra sobre Minas Gerais e Juiz de Fora, antes de iniciarmos o debate sobre o segundo turno da eleição presidencial que, tal como sempre, na disputa entre a brasileira e o playboy, opõe nacionalistas e entreguistas, contrastando a preservação e ampliação das políticas de inclusão e redistribuição de renda às “medidas impopulares” prescritas pelo rentismo, defendidas pelo senador da Zona Sul carioca, com título de eleitor em Minas Gerais.
Leitura obrigatória para este segundo turno: A Era tucana no Estado Brasileiro significou o desmonte do Estado Brasileiro e a entrega de nossas riquezas ao capital privado, especialmente aos estrangeiros
Em nosso estado, Dilma venceu e foi eleito o candidato de oposição ao obscurantismo aecista. Por aqui sabemos muito bem quem é a peça. Como lembra a Folha de São Paulo de hoje, foi o estado de São Paulo que garantiu o desempenho de Aécio. São Paulo sedia a maior parte do complexo midiático de sustentação do pensamento conservador no Brasil, custeado por generosos contratos como os governos tucanos, que acaba por ter papel decisivo nas disputas eleitorais no estado. Não há crise nas universidades estaduais, descalabro na gestão dos recursos hídricos, aumento da violência, corrupção no metrô e outras barbaridades que dissolvam em boa parte das elites paulistas o espírito que levou à aclamação de Amador Bueno e a disposição de sempre voltar as costas para o Brasil. Quiçá no segundo turno das eleições presidenciais o povo de São Paulo possa encontrar formas de furar este bloqueio e reencontrar-se com o país.
Em Juiz de Fora, venceu Dilma, Pimentel e até Josué de Castro para o Senado. A cidade manteve a tradição de sempre recusar, nos pleitos nacionais, o tucanismo. Tomara que depois de tantos desacertos, venha alinhar tal opção à escolha para o governo municipal.
A cidade elegeu, ainda, três deputados federais e quatro deputados estaduais. Para a Câmara Federal, foram eleitos Marcus Pestana, do PSDB; Júlio Delgado, do PSB e Margarida Salomão do PT. O primeiro, tal como em eleições passadas, teve fraco desempenho em Juiz de Fora, mas reeditou o padrão Silvio Abreu Junior, como votos pingados em todo o estado, no rastro das ambulâncias distribuídas aos municípios, na condição de ex secretário de saúde do governo Anastasia. Júlio Delgado foi, por assim dizer, carregado pela presença do pai, Tarcísio Delgado, como candidato a governador. Margarida Salomão alcançou a maior votação na cidade para a Câmara Federal. Sem cargos executivos e sem padrinho, teve o reconhecimento de 53.485 cidadãos de Juiz de Fora, em meio a 78.973 votos alcançados no estado, por sua brilhante atuação parlamentar, desdobramento natural de uma trajetória de vida dedicada à defesa e fortalecimento da universidade e do ensino públicos.
Para a Assembleia Legislativa, quatro deputados com domicílio eleitoral em Juiz de Fora: Antônio Jorge, do PPS; Lafayette Andrada, do PSDB; Noraldino Junior, do PSC; Isauro Calais, do PMN. O PT da cidade, não obstante seu peso nas preferências do eleitorado, manteve a tradição de dividir-se e não elegeu ninguém.
De todo modo, é expressiva a representação política da cidade. Torçamos para que possa servir a toda a Mata Mineira para construção de um projeto de desenvolvimento regional, na perspectiva aberta pela ideia deterritórios de desenvolvimento proposta por Fernando Pimentel.
Meme que circula no Facebook após a vitória do candidato do PT em primeiro turno nas eleições para o governo de Minas Gerais, contra o candidato do PSDB