Folha diz que Dilma mente e não combate a miséria

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O bom de ler a Folha (sempre por indicação de alguém porque espontaneamente não acesso o jornal da Ditabranda) é ver em que pé está a campanha eleitoral de 2014. 

O jornal que a presidenta Dilma quando mal assumiu a presidência foi festejar os 90 anos e fazer um discurso lamentável que para deleite de um jornal como a Folha confundia liberdade de imprensa com liberdade de expressão; o jornal que durante a sua campanha para disputar a presidência da República publicou uma ficha falsa de Dilma produzida pela extrema direita que defende a ditadura militar abertamente na rede como se fosse um documento original extraído dos arquivos do DOPSo jornal que recebe gordas verbas federais da SECOM  resolveu com seu jornalismo peculiar atacar o principal carro chefe do governo de Dilma Rousseff: a frase: Governo alega que valor segue padrão do Banco Mundial é um primor do jornalismo peculiar da Folha (a Folha sabe que não é uma alegação, ela sabe que é este o padrão adotado pelo Banco Mundial e que de fato o governo faz uso deste padrão).  A chamada para o gráfico é arte para os programas de Aécio: "Miserável Inflação (aquela que jornais como a Folha e seu terrorismo econômico torcem muito pra voltar como fizeram com o tomate) e o subtítulo: "Entenda como a alta dos preços anulou o slogan de Dilma sobre o "fim da miséria".

Editoria de Arte/Folhapress

A Folha e os grupos que ela representa e defende não se contentam com verbas federais; com a privatização dos portos e aeroportos, com o leilão de petróleo a preço de banana, com os retrocessos na reforma agrária, com as remoções para as obras da Copa, com a privatização de estádios. A Folha e os grupos que ela representa querem mais.

Em síntese, segundo a matéria da Folha, Dilma é uma canastrona, sequer em relação à política carro-chefe de seu governo foi capaz de dar conta minimamente.  Acompanhemos:

Indicador defasado 'esconde' 22 milhões de miseráveis do país

JOÃO CARLOS MAGALHÃES, DE BRASÍLIA, Folha

19/05/2013

O número de miseráveis reconhecidos em cadastro pelo governo subiria de zero para ao menos 22,3 milhões caso a renda usada oficialmente para definir a indigência fosse corrigida pela inflação.

Governo alega que valor segue padrão do Banco Mundial

É o que revelam dados produzidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social, a pedido da Folha, com base no Cadastro Único, que reúne informações de mais de 71 milhões de beneficiários de programas sociais.

Desde ao menos junho de 2011 o governo usa o valor de R$ 70 como "linha de miséria" --ganho mensal per capita abaixo do qual a pessoa é considerada extremamente pobre.

Ele foi estabelecido, com base em recomendação do Banco Mundial, como principal parâmetro da iniciativa de Dilma para cumprir sua maior promessa de campanha: erradicar a miséria no país até o ano que vem, quando tentará a reeleição.

Mesmo criticada à época por ser baixa, a linha nunca foi reajustada, apesar do aumento da inflação. Desde o estabelecimento por Dilma da linha até março deste ano, os preços subiram em média 10,8% --2,5% só em 2013, de acordo com o índice de inflação oficial, o IPCA.

Corrigidos, os R$ 70 de junho de 2011 equivalem a R$ 77,56 hoje. No Cadastro Único, 22,3 milhões de pessoas, mesmo somando seus ganhos pessoais e as transferências do Estado (como o Bolsa Família), têm menos do que esse valor à disposição a cada mês, calculou o governo após pedido da Folha por meio da Lei de Acesso à Informação.

Esse número corresponde a mais de 10% da população brasileira e é praticamente a mesma quantidade de pessoas que tinham menos de R$ 70 mensais antes de Dilma se tornar presidente e que ela, com seis mudanças no Bolsa Família, fez com que ganhassem acima desse valor.

Os dados possibilitam outras duas conclusões. Primeiro, que um reajuste da linha anularia todo o esforço feito pelo governo até aqui para cumprir sua promessa, do ponto de vista monetário.

Segundo, que os "resgatados" da miséria que ganhavam no limiar de R$ 70 obtiveram, na quase totalidade, no máximo R$ 7,5 a mais por mês --e mesmo assim foram considerados fora da extrema pobreza.

Além do problema do reajuste, o próprio governo estima haver cerca de 700 mil famílias vivendo abaixo da linha da miséria e que estão hoje fora dos cadastros oficiais. outro cenário.

A reportagem pediu outra simulação ao governo, usando agosto de 2009 como o início do estabelecimento da linha de R$ 70. Nessa época, um decreto determinara o valor para definir miséria no Bolsa Família.

Nesse outro cenário (inflação acumulada de 23,4%), o número de extremamente pobres seria ainda maior: 27,3 milhões de pessoas. A data marcou a adoção do valor no Bolsa Família, mas não em outros programas, diz o governo.