Leandro Fortes: Ao Garrincha é que devemos nos ajoelhar em reverência. Não aos cartolas da Fifa, Agnelo Queiroz!

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De acordo com a Folha Ditabranda, A Fifa vetou o nome do Estádio de Brasilia. Leandro Fortes escreve um texto emocionado em seu facebook que assino embaixo. Espero que Agnelo não seja um mané do estilo dos que tem na Fifa, mas que se espelhe no craque Mané Garrincha e diga não a tanta intromissão em nossa soberania. A Fifa não é um Estado, isso aqui não é a casa da mãe Joana.

MANDE A FIFA À MERDA, GOVERNADOR

Leandro Fortes, via Facebook

Olha, se o governador Agnelo Queiroz, do PT, de fato, se submeter a essa exigência da Fifa, eu nunca mais votarei nele. Nem nele, nem em ninguém da cambada que o apoiar nessa empreitada, aí incluídos deputados distritais, federais e senadores.

Ninguém precisa me seguir, nem mesmo concordar comigo. Mas é o mínimo que meu status de cidadão pagador de impostos e cumpridor das leis exige de mim.

Trata-se de um estádio público, brasileiro, brasiliense, construído com o dinheiro do contribuinte. A Fifa que vá sugerir e vetar nomes na casa do cacete.

Aceitar mais essa exigência da Fifa não é somente submeter a soberania nacional a uma entidade de histórico ligado à corrupção e apoio a ditaduras sanguinárias.

É negar a origem essencial do nosso futebol, da graça e da molecagem dessa arte que ainda é um de nossos maiores tesouros culturais, e que se resume tanto na coroa de Pelé como também, e principalmente, nas pernas tortas de Garrincha.

Vamos avisar ao mundo que o estádio de Brasília tem um único nome: Mané Garrincha.

A ele, Garrincha, é que devemos nos ajoelhar em reverência. Não aos cartolas da Fifa, governador.

Fifa veta nome de Mané Garrincha no estádio de Brasília na Copa

Por: BRENO COSTA E FILIPE COUTINHO DE BRASÍLIA, na Folha

05/04/2013 - 03h47 Bicampeão do mundo pela seleção brasileira em 1958 e 1962, Garrincha está proibido pela Fifa de ter seu nome associado ao estádio de Brasília durante a Copa das Confederações e a Copa-2014 A Fifa, no entanto, decidiu que, durante as competições que organiza, o complemento "Mané Garrincha" não será permitido. E isso terá de ser respeitado em propagandas e divulgações dos eventos. A entidade argumenta que as competições são de "interesse internacional" e que deve "manter a consistência dos nomes dos estádios". Contudo, outros estádios que também possuem nomes tradicionais, e, em tese, de difícil compreensão semântica para o público internacional, como Maracanã e Mineirão, não sofrerão mudança. No que depender do governo do Distrito Federal, a Fifa não terá problemas legais em mudar temporariamente o nome do estádio --que sediará a abertura da Copa das Confederações e sete partidas do Mundial em 2014. Embora o governo tenha afirmado, em nota enviada à Folha, "estar certo de que não haverá necessidade de mudança na arena da capital federal", projeto de lei enviado semana passada pelo governador Agnelo Queiroz (PT) aos deputados distritais inclui artigo prevendo a troca. Na prática, é uma manobra para atender a Fifa após derrota política em 2012. Já ciente do desejo da federação de não ter Mané Garrincha vinculado ao nome da arena, Agnelo vetou projeto de lei que assim o batizava. O veto foi derrubado pelos deputados. Caso o texto agora proposto por Agnelo seja aprovado, abre-se também a brecha para que a Fifa associe o estádio a um determinado patrocinador. A entidade afirma que isso não irá acontecer. Diz tratar-se de procedimento comum. Cita como exemplo os dois últimos mundiais, na África do Sul (2010) e na Alemanha (2006). Neste último caso, o exemplo mais específico é a Allianz Arena, moderno estádio do Bayern de Munique, que durante a Copa de 2006 perdeu o nome da seguradora e recebeu um genérico: Arena de Munique.